O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), fez, há pouco, um duro discurso contra a adoção do modelo de partilha na exploração do petróleo na camada do pré-sal defendido pelo governo. “Não podemos transformar nosso futuro, o futuro dos nossos filhos, netos, bisnetos, em vítima de um presente irresponsável, míope, leviano, oportunista, a pretexto de esticar a presença no poder de um partido cansado de uma aliança forçada, sem ideias próprias sobre o Brasil e os brasileiros, a não ser a de curtir as benesses das nomeações, aparelhamento e das comissões”, disse Guerra, em plenário.

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Guerra defendeu o atual modelo para exploração do petróleo em águas profundas, que permite parcerias com o setor privado e tem interferência mínima do governo. “O crescimento da Petrobras nesta década proveio, em primeiro lugar, da Lei do Petróleo a que o PT se opôs, votada em 1997, e que atraiu investimentos privados, além dos públicos, para a prospecção e exploração do óleo”, relembrou o senador.

O senador tucano acusou o presidente da República de “enganar o povo” ao criticar o modelo “privatizante” na exploração do petróleo adotada no governo Fernando Henrique Cardoso. E, ainda na opinião do senador, Lula tenta, com este discurso, “enfiar” a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República “pela goela do seu partido e dos seus aliados”.

“O presidente engana de novo quando diz que a vida da Petrobras foi ameaçada no governo passado. Isso nunca aconteceu. A Constituição de 1988, que assegura à União a propriedade do subsolo, foi mantida. A Petrobras não só continuou como foi fortalecida. Lula inventa espantalhos e os espanca, antecipando a estratégia eleitoral de sua fraca candidata, que ele mesmo está enfiando pela goela de seu partido e dos seus aliados”, disse Guerra.

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O PSDB e do DEM criticam o caráter de urgência constitucional dado aos quatro projetos sobre a exploração do petróleo do pré-sal, o que Sérgio Guerra chama de “um verdadeiro acinte”. “As reservas do pré-sal foram anunciadas em novembro de 2007. O governo andou devagar: somente 22 meses depois apresenta ao Congresso um projeto de lei que ninguém conhecia, em torno do qual não houve nenhum debate prévio, e pretende dar aos parlamentares um tempo mais de sete vezes menor para deliberarem a respeito. A urgência constitucional requerida representa um verdadeiro acinte ao Congresso Nacional”, criticou.