Grupo vai coordenar campanhas no Paraná

A direção estadual do PT anunciou ontem a criação de uma coordenação para definir os rumos da campanha eleitoral do partido para o governo, Senado e Presidência da República. O ministro Paulo Bernardo, o diretor geral da Usina de Itaipu, Jorge Samek e os prefeitos de Londrina, Nedson Micheleti, e de Sarandi, Cido Spada, formam o grupo que vai, junto com a executiva estadual, tomar as principais decisões da campanha.

A preocupação da direção estadual é demonstrar coesão, pulverizando as fissuras internas, como a mais recente, em que quatro deputados estaduais do partido desobedeceram decisão da bancada e se ausentaram na votação da emenda constitucional proibindo a prática de nepotismo no Estado. Internamente, a conclusão é que apenas o governador Roberto Requião (PMDB) estava se beneficiando do racha interno e a polêmica não deveria ser alimentada.

Hermes Fonseca, Pedro Ivo Ilkiv, Natálio Stica e Ângelo Vanhoni devem receber alguma reprimenda do diretório estadual, que analisava ontem proposta de fazer uma censura pública aos quatro petistas. Esta é uma penalidade considerada leve nos estatutos do PT. ?O nepotismo não é a questão mais relevante que temos hoje na política. Não vamos permitir que isso hegemonize o debate. Nós estamos nos pautando agora mais pelas convergência dos que pelas divergências?, disse o presidente estadual do partido, deputado André Vargas.

Questionado se o episódio não quebra a unidade interna, Vargas disse que não se pode superdimensionar o que ocorreu. ? É claro que se tratava de um projeto importante, do nosso companheiro Tadeu Veneri, mas vamos dialogar com os parlamentares que não votaram e vamos buscar que os nove deputados votem agora nas outras duas emendas sobre o tema que estão na Assembléia Legislativa. A executiva estadual vai cuidar melhor disso agora?, suavizou Vargas.

A favor

Para a direção estadual, as energias internas têm que ser direcionadas para a campanha de Flávio Arns ao governo, Gleisi Hoffmann ao Senado e à eleição das bancadas estadual e federal. Na entrevista coletiva ontem, antes do encontro do diretório, a direção e os pré-candidatos apontaram que o tom da campanha do partido será ?a favor?, ou seja, seguirá uma linha mais afirmativa do que de enfrentamento com os adversários. Flávio Arns e Gleisi Hoffmann afirmaram que a sociedade quer discussão e proposta e o partido vai levantar problemas e oferecer suas soluções. ?Seguimos a linha do sempre a favor do desenvolvimento do Estado?, resumiu Arns.

A respeito de como ficam as relações do PT com o governador Roberto Requião durante a campanha eleitoral, a posição foi dada pelo ministro Paulo Bernardo. Ele disse que não sabe como serão, mas que pode acontecer de estarem juntos no segundo turno. Para o deputado federal Dr. Rosinha, o PT e Requião têm diferença de métodos. ?E nós não vamos entrar no método que ele deseja?, comentou. (EC)

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