Menos de um dia após as manifestações homofóbicas do candidato à Presidência Levy Fidelix (PRTB), simpatizantes da causa LGBT organizaram um “Beijaço” na Avenida Paulista marcado para às 14h desta terça-feira, 30, em resposta ao candidato do PRTB.
“Queremos fazer um ato que mostre que não aceitamos que esse tipo de discurso homofóbico do Levy possa ser dito com tanta naturalidade em rede nacional! É um absurdo que um presidenciável incite o ódio desse jeito, em um período em que todos os dias estamos vendo nas notícias a morte de gays, lésbicas, travestis e pessoas transexuais!”, diz o texto da página do evento, que até o fim da manhã desta segunda já contava com 3,9 mil participantes confirmados.
“Levy, vai ter LGBT se beijando na Paulista e vai SER LINDO!!!”, segue o texto da página do evento intitulado “Beijaço LGBT na Paulista: resposta ao candidato Levy Fidelix.”
Debate
Durante o debate realizado na noite de domingo, 28, o candidato do PRTB, ao ser questionado pela candidata Luciana Genro (PSOL) sobre por que “as pessoas que defendem tanto a família se recusam a defender como família um casal do mesmo sexo”, respondeu com duras críticas e ofensas à comunidade LGBT. “Olha minha filha, tenho 62 anos e pelo que eu vi na vida dois iguais não fazem filhos”, disse Fidelix que chegou a afirmar ainda que “aparelho excretor não reproduz”.
“O Brasil tem 200 milhões de habitantes, daqui a pouquinho vai reduzir para cem. Vai para a Paulista e anda lá e vê, é feio o negócio, né? Então, gente, vamos ter coragem. Nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los. Não tenha medo de dizer que ‘sou pai, mamãe, vovô’, e o mais importante, é que esses que têm esses problemas realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo porque aqui não dá”, afirmou o candidato.
Justiça
Além do evento criado na rede social, o deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ) um dos principais apoiadores da comunidade LGBT no Congresso divulgou nota em seu perfil oficial do Facebook afirmando que vai avaliar a possibilidade de entrar com uma representação contra Fidelix na Justiça. “Vou avaliar junto à assessoria jurídica se é possível representar contra o candidato na Justiça por sua ofensa a uma coletividade e por estimular a violência contra esta (coletividade)”, diz a nota.