Um grupo de 22 dos 66 deputados do PMDB divulgou nesta quinta-feira, 01, um manifesto no qual se declaram contrários à indicação de ministros do partido na reforma administrativa que será anunciada em breve pela presidente Dilma Rousseff. A expectativa é que a legenda fique com sete pastas no novo modelo.

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“Nosso posicionamento em plenário não dependerá desse tipo de barganha por cargos”, escrevem. A posição fortalece a visão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que mais cedo voltou a dizer que defende a saída da sigla da administração federal e que a negociação o constrangia.

“Não estou participando e não é da minha alçada a distribuição de cargos que está sendo feita, pelo contrário, constrange-me o meu partido, o PMDB, estar (participando)”, afirmou. Os deputados destacam a atual crise econômica e afirmam que ela é “resultado de escolhas erradas das políticas do governo”.

“Agora, o governo, sem apontar um caminho claro, rende-se a um jogo político pautado pela pressão de cargos, num leilão sem qualquer respaldo em projetos ou propostas, sem conseguir apontar um horizonte de esperança para o povo brasileiro”, diz o documento. Os peemedebistas dizem discordar “de qualquer negociação de cargos no governo, a qualquer título”.

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“Não é com esse tipo de atitude que a profunda crise geral deve ser enfrentada”, afirmam. Assinam o manifesto os deputados Alceu Moreira (RS), Baleia Rossi (SP), Carlos Marun (MS), Celso Maldaner (SC), Darcísio Perondi (RS), Dulce Miranda (TO), Edinho Bez (SC), Flaviano Melo (AC), Geraldo Resende (MS), Jarbas Vasconcelos (PE), José Fogaça (RS), Josi Nunes (TO), Laudívio Carvalho (MG), Lúcio Vieira Lima (BA), Mauro Mariani (SC), Osmar Serraglio (PR), Osmar Terra (RS), Rogério Peninha Mendonça (SC), Ronaldo Benedet (SC), Roney Nemwe (DF), Valdir Colatto (SC) e Vitor Valim (CE).

Apesar de a agremiação compor a base do Poder Executivo, inclusive com a presença do vice-presidente Michel Temer, os congressistas alegam que não são responsáveis pela atual crise, pois afirmam que o PMDB nunca participou das decisões da Presidência da República. “As decisões políticas estratégicas nacionais, ao longo desses últimos anos, foram tomadas exclusivamente pelo PT.”

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De acordo com os deputados, o documento tem o “anseio” de fazer com que o partido reflita e “ofereça outro tipo de contribuição ao Brasil”. Cunha, que em encontro com Temer nesta quinta-feira, 01, defendeu que a legenda não deve ficar com pastas no redesenho da Esplanada dos Ministérios, tem explicitado, frequentemente, a vontade de que a sigla rompa com a gestão Dilma.

O presidente da Câmara cortou as relações com o Palácio do Planalto em julho, quando atribuiu ao governo a responsabilidade pelas acusações contra ele no caso do esquema de corrupção da Petrobras investigado pela Operação Lava Jato.