É difícil conseguir dos candidatos à prefeitura de Curitiba um posicionamento claro e categórico sobre qual será o futuro da Área Calma da cidade. Os candidatos já criticaram e também já teceram alguns elogios sobre o perímetro central onde a velocidade dos automóveis é limitada a 40 km/h.
O que há de certo, por enquanto, é que tanto Rafael Greca (PMN) quanto Ney Leprevost (PSD) cogitam aumentar o limite de velocidade na área.
No debate realizado pela Gazeta do Povo no segundo turno das eleições, Greca afirmou que “Área Calma ou Via Calma não pode ser para deixar todo mundo nervoso”. Na avaliação do candidato, o fundamental é rever o trânsito “na perspectiva da circulação, não da indústria das multas”.
Questionado pela reportagem sobre seu posicionamento a respeito da limitação da velocidade no centro da cidade, Greca ponderou e disse que considera boa, mas que precisa ser avaliada. “Rever a velocidade pode ser uma alternativa para garantir que haja circulação livre nas principais ruas e avenidas”, afirmou.
O candidato Ney Leprevost, que já havia se declarado contrário ao limite máximo de velocidade de 40 km/h nas vias centrais, afirmou em nota que “muitos médicos e técnicos de trânsito que o auxiliaram na composição de seu plano de governo dizem ser possível aumentar a velocidade da Área Calma para 50 km/h”.
“Mas esse aumento só se dará depois de um longo debate público, envolvendo toda população, quando serão analisados os prós e os contras. Caso seja provado que não é interessante ou viável o aumento de 10km/h, vai continuar tudo como está”, ressalva o candidato.
Em SP, Doria promete aumentar a velocidade das marginais uma semana após a posse
Ao contrário dos candidatos curitibanos, o prefeito eleito de São Paulo, João Doria, foi peremptório em seu posicionamento sobre a redução de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros.
“Na semana seguinte muda. Só não muda no dia seguinte porque nós precisamos mudar a sinalização conforme determina o Código Nacional de Trânsito. As velocidades nas marginais vão para 90, 70 e 60 [km/h]”, disse Doria ao G1 São Paulo.
Desde o começo das eleições, as intenções de Doria para a velocidade nas marginais já estavam bem claras. Além do slogan “Acelera SP”, o plano de governo que o candidato protocolou no TSE já previa a implantação dos limites de velocidade estabelecidos pelo Código Nacional de trânsito em substituição aos 50 km/h implantados pelo prefeito Fernando Haddad (PT).
Depois de confirmada a vitória, Doria suavizou o discurso. Em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada na terça-feira (11), o prefeito eleito afirmou que fará o aumento de velocidade como regra geral, mas considera manter o atual limite em pontos críticos.
“Em vez de [aumentar para] 60 km/h, [manter] 50 km/h em algumas pistas de desaceleração, em áreas onde houver no mapa um índice de acidentes mais elevado”, afirmou.