O deputado estadual Rafael Greca (PFL) voltou ao ataque contra o prefeito Cássio Taniguchi (PFL) na sessão de ontem da Assembléia Legislativa. Em discurso na tribuna em que denunciou a chamada “indústria da multa” em Curitiba, o deputado e ex-prefeito de Curitiba disse que se sente envergonhado de um dia ter pedido ao eleitor da cidade para votar no atual prefeito.
“Tenho até vergonha de fazer este discurso porque, um dia, fiz assim (Greca repetiu o gestual de campanha do PFL, em que os apoiadores do prefeito esticavam os olhos, nos programas de TV, imitando as feições orientais de Taniguchi), pedindo que a cidade votasse nesse prefeito. Agora, façam assim (repetindo gesto dos adversários do prefeito para que as pessoas ficassem de olhos abertos). Abra os olhos, Curitiba!”, atacou Greca.
Foi a primeira ofensiva do deputado contra o prefeito desde que Taniguchi foi eleito para a executiva estadual do PFL na convenção do partido, em abril, e praticamente acabou com o projeto de Greca de ser indicado como candidato pefelista nas próximas eleições municipais. O deputado vem conversando com diversas siglas, mas ainda não sinalizou sobre seu destino partidário. Ele vem buscando um novo partido para abrigar sua candidatura à sucessão de Taniguchi.
No discurso de ontem, Greca disse que jantou anteontem com o governador Roberto Requião (PMDB), cuja candidatura teve seu apoio no segundo turno da disputa, e sugeriu que seja rompido o contrato entre o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) e a Diretran (órgão municipal de trânsito responsável pela fiscalização do trânsito, aplicação e cobrança das multas). Segundo o deputado, a forma de atuar da Diretran anula a legislação de trânsito no País.
Guerra
Greca disse que está sendo travado um combate na cidade entre “Massaranduba, os olhos do mal e a onda amarela”. Massaranduba, no caso, é o guarda municipal Aparecido Massaranduba, que denunciou há duas semanas a anistia das multas para os ônibus do sistema de transporte coletivo municipal. Os olhos do mal, segundo Greca, seriam os radares e a onda amarela simboliza o prefeito.
Greca relembrou que, entre os dezoito códigos utilizados pela Urbs no seu centro de processamento, dois são exclusivos para o cancelamento das multas aplicadas aos ônibus que infringem o limite de velocidade. “O que será que o Bertoldi e o Gulin (empresários que operam algumas das linhas de ônibus em Curitiba) têm de diferente dos outros cidadãos?”, questionou o deputado.
Sem resposta
O prefeito de Curitiba não quis comentar as declarações de Greca.
