Responsável pela gravação e divulgação de uma conversa que expôs os bastidores da política e mergulhou o governo estadual gaúcho em sua maior crise, o vice-governador do Rio Grande do Sul, Paulo Afonso Feijó (DEM), é um homem acostumado às polêmicas. Em sua defesa, Feijó explicou-se questionando ?de que outra forma este submundo (da política) seria posto às claras?. Acusado de ?golpista?, Feijó também passou a ser saudado como fiel a seus valores por correligionários e até por adversários, entre os quais petistas.

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?Nosso partido busca a transparência do serviço público e por isso apóia o vice?, afirma o deputado estadual Marquinho Lang (DEM). O lado de cidadão dele predominou e isso foi bom para a sociedade?, complementa Paulo Borges, também do DEM. O líder da bancada do PT, Raul Pont, destaca que não tem identidade política com Feijó, mas considera que, como vice-governador, ele deve ser ouvido. ?Estou preocupado com conteúdo do que foi dito.

Na defesa veemente de seu ideário liberal, Feijó já constrangeu o então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2002, e os ex-governadores Olívio Dutra (PT) e Germano Rigotto (PMDB). Também não hesitou em combater dois projetos de aumentos de impostos apresentados pela governadora Yeda Crusius (PSDB), com quem se elegeu.

Oposição

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Em dezembro de 2006, quando Rigotto apresentou um projeto de aumento de impostos a pedido de Yeda, Feijó foi para as galerias defender a rejeição da proposta, ao lado de adversários ideológicos como sindicalistas e militantes do PT e do PSOL. Mesmo com larga vantagem, Yeda perdeu e declarou que Feijó estava na oposição. No início deste ano a governadora e o vice ensaiaram uma reaproximação, que não se concretizou.