Grandes distâncias afetam SAS

O professor da rede estadual de educação Sérgio Chaves viveu um dos maiores dramas da sua vida no último dia 21 de agosto. Seu filho de sete anos sofreu um acidente quando brincava na escada da escola. O menino bateu a cabeça e quebrou o osso mastóide, sendo levado imediatamente para o hospital da cidade. Só que, para sua surpresa, a clínica São Francisco não tinha convênio com o governo estadual. Sérgio, que há mais de vinte anos é funcionário público, teve de pagar o atendimento. “Com o antigo Instituto de Previdência do Estado (IPE) não havia problema, porque existia o convênio com a clínica”, explica.

Para ser atendido pelo substituto do IPE, o SAS (Sistema de Assistência à Saúde), Chaves tem de se deslocar mais de 150 km até Campo Mourão. Na situação do professor, estão cerca de 108 mil servidores e dependentes em todo o Estado. A divisão do SAS em onze pólos regionais deixou 30% das pessoas atendidas pelo programa distantes mais de 50 km do hospital credenciado mais próximo. “Como as pessoas mais humildes vão fazer? Quem não tem carro, por exemplo? Ônibus de Ivaiporã para Campo Mourão só duas vezes por dia”, explica Chaves.

Governo

Para o secretário estadual da Administração, Ricardo Smijtink, no entanto, o SAS representou um avanço no atendimento ao servidor. Segundo ele, a visão que as pessoas têm do IPE não corresponde à realidade do atendimento prestado. “O IPE vinha funcionando com ambulatórios apenas em Curitiba e Londrina”, explica.

Pelo projeto inicial do governo do Estado, o servidor contribuiria mensalmente na manutenção do serviço de saúde. O projeto não foi aprovado pela Assembléia Legislativa e passou a contar apenas com a verba do governo, de cerca de R$ 6 milhões por mês. Com o orçamento reduzido, o governo partiu para a divisão do Estado em pólos de atendimento, que começou a funcionar oficialmente em abril. Ponta Grossa e Foz do Iguaçu ficaram de fora. As cidades que integram o SAS são Campo Mourão, Cascavel, Curitiba, Maringá, Pato Branco, Toledo, Umuarama, Francisco Beltrão, Guarapuava, Jacarezinho e Londrina.

O secretário reconhece que a distância é um fator negativo, mas diz que o programa consegue cumprir seu objetivo. “Com o orçamento que temos, conseguimos garantir um atendimento de qualidade em sete especialidades básicas.”

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