Grampo da Polícia Federal derruba versão de Paulinho no Caso BNDES

Na tarde de 9 de maio, durante entrevista coletiva que concedeu na sede da organização não-governamental (ONG) Meu Guri, presidida por sua mulher, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, alegou desconhecer Marcos Vieira Mantovani, proprietário da Progus Consultoria. Mantovani é acusado pela Procuradoria da República de agir como consultor da suposta quadrilha desarticulada pela Polícia Federal, durante a Operação Santa Tereza. Um grampo telefônico da PF, contudo, desmente o parlamentar. Nele, Paulinho marca uma reunião com o então conselheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Ricardo Tosto, no escritório de Mantovani.

A gravação, realizada no dia 3 de março, teve início às 13h33 e tem 4 minutos e 35 segundos de duração. Paulinho fala com Tosto a respeito de uma reunião com o presidente de um banco – possivelmente o BNDES, afirma a PF. Em seguida, debate questões políticas, entre elas a sucessão à Prefeitura de São Paulo. No fim, o deputado encerra a conversa com um pedido: ?Qualquer coisa nos reunimos onde? Lá no… escritório do Mantovani?? Tosto concorda: ?É, Mantovani… é… sei lá…? Paulinho então dá a localização aproximada do escritório: ?É lá na Paulista lá, perto da Paulista.?

O ponto de referência citado pelo parlamentar condiz com o endereço real da sede da Progus de Mantovani. O escritório fica na Alameda Santos, paralela à Avenida Paulista. Paulinho declarou desconhecer Mantovani durante uma entrevista coletiva em que falou abertamente sobre sua relação com os réus da Operação Santa Tereza. A conferência foi convocada por ele próprio para rebater suspeitas que a PF lançou sobre a Meu Guri, presidida por sua mulher, Elza de Fátima Pereira

O advogado de Paulinho, Antônio Rosella, estava na entrevista coletiva sobre o episódio da Meu Guri, em que o parlamentar afirmou desconhecer Mantovani, mas disse não se recordar da declaração do deputado. ?Não lembro disso, e também não conheço essa grampolândia?, disse, referindo-se à interceptação da conversa entre seu cliente e Tosto. Carlos Kauffmann, defensor de Mantovani, afirmou que ?o empresário não conhece Paulinho e a reunião não existiu?.

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