A nova advogada-geral da União, Grace Maria Fernandes Mendonça, afirmou que as acusações do seu antecessor, Fábio Medina Osório, de que ela e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, estariam tentando abafar a Lava Jato, são “infundadas” e que ela está “muito confortável” no cargo, já que é funcionária de carreira. “Essas declarações são declarações infundadas, que não guardam qualquer tipo de amparo na atuação da casa, que não têm o menor fundamento”, afirmou. “Temos uma história dentro da instituição, de um trabalho árduo e sério, que obteve resultados positivos junto à Suprema Corte do nosso País. Não há nenhum desconforto, pelo contrário, há uma alegria muito grande”, completou, após cerimônia no Palácio do Planalto, na qual tomou posse.

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Grace não quis avaliar se o seu antecessor extrapolou nas suas declarações e disse que “todos têm liberdade de se manifestar”. “A Advocacia-Geral da União (AGU) vem conduzindo os seus trabalhos com muita seriedade, inclusive no que se refere àquelas ações de improbidade, de combate à corrupção. Não há qualquer tipo de ruptura ou de obstáculo em relação aquilo que é a atuação ordinária”, declarou.

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A ministra disse ainda que não tinha o que declarar a respeito do requerimento protocolado por parlamentares no Ministério Público Federal que cobram explicações dela e de Padilha em relação às acusações de Medina. “Eu nem tenho o que declarar sobre esse requerimento. Não há nenhuma dificuldade em esclarecer qualquer fato, porque toda a nossa atuação é transparente”, afirmou.

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A nova advogada-geral da União reafirmou que não há preocupação em relação ao andamento do pedido, já que tudo foi feito conforme a lei. “O que eu posso assegurar a vocês é que não há qualquer irregularidade na condução dos trabalhos da AGU em qualquer processo”, completou.

Lava Jato

A versão do ex-AGU é de que sua demissão aconteceu após ele cobrar de sua equipe agilidade nas providências para ajuizar ações de improbidade administrativa contra responsáveis por desvios na Petrobras e outros órgãos. A AGU solicitou ao Supremo Tribunal Federal acesso a 12 inquéritos que apuram a participação de integrantes da base do governo no esquema apurado pela Lava Jato. A interlocutores, Medina disse que a solicitação teria sido feita sem alinhamento com a Casa Civil, que temia um “incidente político” com apoiadores no Congresso. Depois de demitido, Medina afirmou que o governo queria “abafar a Lava Jato”.

Segundo Grace, essa é uma atuação ordinária da AGU e agora o órgão terá acesso às informações. “A intimação daquele despacho sequer tinha sido recebida na Advocacia-Geral da União. O expediente, o ofício dando ciência a nossa casa somente chegou ontem (terça-feira, 13), então as providências serão adotadas. Agora que são regulares. Não há nenhum tipo de questão ou de entrave a esse processo”, explicou.

Primeira mulher

Ex-secretária-geral do Contencioso da AGU, Grace é funcionária de carreira do órgão e é a primeira mulher a integrar o primeiro escalão do governo Temer. Questionada sobre como se sentia em relação a “esse peso”, Grace diz que “faz parte das opções que são feitas em relação às escolhas. “Eu só posso me sentir extremamente honrada por agora integrar a equipe na qualidade da primeira advogada-geral da União mulher. Eu espero desenvolver um trabalho que possa colher bons frutos”, disse.