O secretário do Planejamento, Enio Verri, anunciou ontem que entre este ano e 2010 serão investidos R$18,2 bilhões em todo o Estado. Chamado de Política de Desenvolvimento Econômico do Paraná, o plano apresentado ontem durante a escola de governo será custeado com a receita das empresas estatais, como Copel e Sanepar, responsáveis por R$11,1 bilhões, mais recursos próprios do Estado e as contrapartidas da União.
Verri explicou que uma das marcas do plano é o direcionamento dos recursos para cada região, onde serão desenvolvidas políticas públicas específicas para as necessidades dos municípios, nas áreas de saúde, educação e infraestrutura. Segundo o secretário, somados aos R$10 bilhões que o governo federal pretende investir por meio do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) no Paraná, estes investimentos vão fazer a diferença para o Estado neste e nos próximos três anos.
A distribuição dos recursos para os quatro anos foi feita com base numa projeção conservadora da arrecadação, explicou o secretário do Planejamento. Segundo ele, a receita foi calculada sobre uma previsão de crescimento de 6% ao ano, quando a média tem sido de 9%. Com essa projeção, Verri acredita que não haverá quebra no orçamento projetado. ?Não tem nada de sonho. É uma receita possível.?
De acordo com o secretário, do total de recursos previstos, 55,3% correspondem a investimentos em infra-estrutura urbana, energia e transporte. Em seguida, estão ciência e tecnologia, educação, saúde e meio ambiente, que dividem 19% do total de recursos. Outros investimentos foram divididos em agricultura (10,8%), indústria (10,4%) e Justiça, segurança pública e modernização do Estado (4,6%).
Divisão
O governo dividiu o Estado em seis regiões: centro expandido, leste, norte, noroeste, oeste e sudoeste. A região Leste, que abrange a Região Metropolitana de Curitiba e o litoral do Estado, ficará com 21,72% dos recursos. A região é formada por 42 municípios.
A região mais pobre do Estado, a do centro expandido -que inclui o Vale do Ribeira e o Norte Pioneiro – fica com 10,81% de todos os recursos. Lá estão 121 municípios e 1,1 milhão de habitantes. À região norte caberão 8,45% dos recursos, distribuídos pelos seus 76 municípios, onde vivem 1,7 milhão de habitantes. Para a região noroeste irão 5,85%. Os investimentos devem beneficiar uma população de 886 mil pessoas. Os 45 municípios da região oeste ficarão com 5,33% dos recursos. Já a região sudoeste, com seus 40 municípios, receberá 2,96% dos investimentos.
Cada região do Paraná vai ser contemplada
Cada região do Estado será contemplada com o que o governo chamou de investimentos transversais, que são as obras e serviços localizados, mas que repercutem em todo o Estado. Estes investimentos totalizam R$ 7,3 bilhões, distribuídos entre as áreas de saneamento básico, energia elétrica, ciência e tecnologia, educação, saúde, administração pública, agricultura, e desenvolvimento urbano.
Na programação de investimentos das empresas estatais, o governo incluiu nos cálculos as linhas de crédito oferecidas pelo BRDE ( Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul). São R$ 2,7 bilhões, divididos em financiamento a pequenas e médias empresas agrícolas, industriais e Prefeituras. Também são contabilizados os créditos da Agência de Fomento, no total de R$ 490 milhões.
Os investimentos previstos da Copel no projeto são de R$ 745,3 milhões, que financiarão, entre outras obras, o Alcoolduto Maringá-Paranaguá, da qual a empresa detém 51%. Já o Lactec (Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento) fará investimentos de R$ 1,5 milhão, destinados ao mapeamento do potencial eólico do Estado do Paraná e ao monitoramento de bovinos por meio de chips eletrônicos.
Já a Sanepar aparece no plano com investimentos de R$ 337,47 milhões em obras de abastecimento de água e tratamento de esgoto. Já o Porto de Paranaguá irá participar com investimentos de R$ 942 milhões, que incluem a construção do Porto do Mercosul, orçado em R$ 402 milhões.
A Celepar deverá investir R$ 99,8 milhões no leste do Paraná, em infra-estrutura: aquisição de equipamentos de informática, hardware, software e na conclusão da nova sede. A Cohapar, com o programa Casa da Família, vai destinar R$ 104,2 milhões para atender famílias de baixa renda nas áreas rural e urbana, além de quilombolas e indígenas. Já a Compagás deverá investir R$ 126,8 milhões em novas redes de gás natural.
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