O ministro chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Edinho Silva, afirmou nesta sexta-feira, 6, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o governo seguirá dialogando “até o último momento” com senadores para tentar reverter o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT). Para ele, com as conversas com senadores ainda é possível reverter o processo na votação em plenário do relatório aprovado hoje pela comissão do Senado que avalia o pedido impeachment da presidente por 15 votos a 5.
“O governo seguirá conversando com senadores e espera reverter (afastamento de Dilma). Temos até a votação de quarta-feira para conversar com senadores”, disse Edinho à reportagem. “Espero que o Senado corrija a imensa injustiça que será cometida contra ela”, completou, já durante o pronunciamento na cerimônia de entrega de moradias do programa Minha Casa Minha Vida, em Araraquara (SP).
Edinho evitou falar sobre o cenário futuro para a presidente em uma eventual derrota do governo. “Eu não trabalho com essa hipótese. Penso que temos vários dias para conversar com senadores”, reafirmou. Mesmo sem falar sobre futuro, Edinho admitiu disputar a nova eleição para um terceiro mandato na cidade paulista governada por ele duas vezes, entre 2001 e 2008.
“Tenho dito que vencendo o processo de impeachment o objetivo é sair do governo e disputar as eleições. Quero ajudar o PT a reconectar e melhorar a relação com a sociedade paulista, pois é fundamental o PT de São Paulo, pelo desgaste que o partido vive, disputar o maior número prefeituras”, afirmou.
Edinho afirmou também que o fato de estar sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após denúncias da Operação Lava Jato não deverá prejudicá-lo na disputa eleitoral. “O que tem de denúncias contra mim é o fato de eu ter sido tesoureiro de campanha e quando assumi a coordenação financeira as denúncias já existiam”, afirmou. “Minha principal tarefa era proteger a campanha da presidente contra denúncias, foi isso que fiz de forma ética e legal, e não tenho dúvida que fora da contaminação política nenhuma das denúncias vai prevalecer.”
O ministro evitou fazer comentários pessoais sobre a movimentação do vice-presidente Michel Temer (PMDB) para formar um ministério em substituição ao de Dilma e ainda sobre qual será a reação do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) após ser afastado por unanimidade do mandato e da Presidência da Câmara pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Ele cumpre papel dele e nós questionamos que impeachment é golpe à democracia”, afirmou sobre Temer. “É difícil saber reação (de Cunha), mas decisão do STF terá consequências políticas”, concluiu.