O aumento de gastos com material de consumo – como papel, cartuchos de impressora e café – anulou a economia obtida pela União nos sete primeiros meses de mandato da presidente Dilma Rousseff com o pagamento de diárias e passagens.
A redução em até 50% dos gastos com viagens foi uma das medidas anunciadas com o corte de R$ 50 bilhões nos gastos públicos em 2011. A economia faz parte do ajuste fiscal do governo, batizado de “consolidação fiscal”. O objetivo seria melhorar a qualidade do gasto público.
Entre janeiro e julho de 2011, os pagamentos de passagens no Executivo caíram 46,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A economia de R$ 158,5 milhões, no entanto, é seis vezes menor que os R$ 937,5 milhões gastos a mais com material de consumo da União.
Os dados foram obtidos no Siafi (sistema de acompanhamento de gastos federais), pesquisados pela ONG Contas Abertas a pedido do Estado. Até o fechamento desta edição, horas, o Ministério do Planejamento não havia comentado os números.
No levantamento, o jornal O Estado de S. Paulo isolou o pagamento de contas pendentes deixadas pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva. Considerando os gastos feitos e pagos neste ano, as despesas com viagens – apontadas como fonte de desperdício de dinheiro público pelo próprio governo federal – encolheram 43% em relação aos primeiros sete meses de 2010. No mesmo período, os pagamentos de material de consumo cresceram 27%, registra o Tesouro Nacional. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.