Governo quer retomar a Ferroeste

O governo do Paraná quer retomar, de imediato, o controle da Ferroeste, antes do julgamento do pedido de falência em tramitação na justiça estadual em Cascavel. A Ferropar, concessionária da ferrovia – que liga Cascavel a Guarapuava – deve cerca de R$ 25 milhões ao Estado por não pagar as parcelas do financiamento correspondente ao leilão de privatização e por não fazer os investimentos previstos em contrato.

A situação atual da Ferroeste foi apresentada pelo diretor administrativo, financeiro e jurídico da empresa, Samuel Gomes, na reunião de ontem do governador Roberto Requião com o seu secretariado. Segundo Gomes, são várias as ações hoje tramitando na Justiça Federal, que já se pronunciou favorável à retomada do controle da empresa pelo governo do Paraná em função do descumprimento do contrato pela Ferropar.

A empresa privada pagou as duas primeiras parcelas previstas no contrato e, antes de vencer a terceira, em 2000, procurou o governo anterior, alegando desequilíbrio financeiro. A direção da Ferroeste disse que não poderia pagar as prestações e pediu um aditamento contratual. O então governador Jaime Lerner permitiu a prorrogação do pagamento de 74% do valor das parcelas por quatro anos, que correspondem em valores atuais a R$ 26 milhões.

O governador Requião fez questão dessa apresentação para advertir os próximos governos contra o "excesso de liberalidades", em que coisas malfeitas esbarram em questões judiciais, que dão respaldo a contratos duvidosos. Segundo o governador, "sentenças judiciais agora estão no caminho para atrapalhar a retomada da empresa".

Segundo Requião, a Ferroeste foi a ferrovia mais barata construída no Brasil. Em seu primeiro mandato, ela custou R$ 1,14 bilhão, paga com recursos do governo do Estado e concluída com mão-de-obra de dois batalhões do Exército Brasileiro. No governo Jaime Lerner, foi leiloada e entregue à iniciativa privada. O governador Requião homenageou o primeiro presidente da Ferroeste, já falecido, José Carlos Senden Júnior, dando seu nome para o terminal da ferrovia em Cascavel. A homenagem, ocorrida na reunião com o secretariado, contou com a presença da viúva Heverly Senden e o filho Thiago Senden.

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