O governador Roberto Requião (PMDB) propôs ontem que a Comissão de Fiscalização da Assembléia Legislativa atue como mediadora de um acordo com as concessionárias de pedágio para a redução das tarifas.
Durante a escola de governo, pela manhã, o governador disse que as empresas sempre alegaram que não tinham um canal de diálogo para estabelecer negociações. ?Então que a Comissão de Fiscalização convoque o secretário de Transportes Rogério Tizzot para negociar com as concessionárias?, afirmou o governador.
O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Nelson Justus (DEM), disse que este é um papel que a Casa pode exercer. ?E com muita competência?, afirmou. O presidente da Comissão de Fiscalização, Artagão de Mattos Leão Júnior, disse que se o objetivo for encontrar uma solução que beneficie o usuário é possível chamar os dois lados para uma conversa.
?Até porque ficou claro no último leilão que as diferenças de tarifa são grandes?, afirmou o deputado peemedebista. Ele se referiu aos valores dos pedágios propostos pelas empresas que venceram o leilão para a concessão das rodovias federais realizado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), no dia 9 de outubro, e que ficaram bem abaixo dos preços que o usuário paranaense está pagando para transitar nas rodovias privatizadas do Estado.
O deputado Fernando Carli Filho (PSB), integrante da Comissão Especial do Pedágio (CEI), disse que o valor do pedágio paranaense é, em média, seis vezes maior que em outros estados e países. Carli disse que na penúltima reunião da CEI, marcada para amanhã, 25, irá propor que conste do relatório final o ajuizamento de uma ação civil pública para que as concessionárias reduzam a tarifa.
Dez vezes
Para o governador, a tarifa do Paraná teria que ter reduzido em dez vezes o seu atual valor para se nivelar aos preços oferecidos pelas empresas no leilão do governo federal. ?Se aplicarmos para o trecho Curitiba-Paranaguá os preços vencedores do lote Curitiba-Florianópolis, um carro de passeio deveria pagar R$ 1 de pedágio. Mas a tarifa custa R$ 10,80, quase onze vezes mais. É preciso colocar as tarifas cobradas no Paraná no mesmo nível da concorrência nacional, reduzi-las em dez vezes?, afirmou.
O governador disse que o debate entre a Assembléia Legislativa e as empresas deve ser aberto. ?Por isso, faço a sugestão aos deputados: uma discussão aberta e televisionada na Assembléia Legislativa, para evitar insinuações sobre futuros financiamentos de campanha que possam surgir em reuniões a portas fechadas?, declarou.
O Estado procurou o diretor regional da ABCR (Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias), João Chiminazzo Neto, para comentar a proposta de Requião, mas o diretor estava em viagem.
