O governo estadual está propondo um reajuste de 5% para os salários básicos de todas as categorias de servidores públicos. A proposta é uma das que integram o pacote de mensagens concedendo melhorias salariais para as carreiras civil e militar do Executivo, entregue ontem, na Assembleia Legislativa pelo vice-governador Orlando Pessuti (PMDB).

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O reajuste será pago a partir do mês de maio, data-base dos servidores públicos estaduais, informou Pessuti, que subiu à tribuna para explicar cada um dos cinco projetos que serão votados pelos deputados estaduais. A reposição salarial será paga a 252 mil e 524 funcionários públicos, entre servidores da ativa, pensionistas e aposentados.

O governo irá gastar R$ 34 milhões a mais por mês para pagar os novos salários. O crescimento da folha de pagamento é estimado em 5%, correspondente a cerca de R$ 500 milhões a mais no ano.

O reajuste deve estar aprovado pelo Legislativo até o início de abril, quando faltarão seis meses para as eleições. A legislação eleitoral proíbe a concessão de reajustes salariais após esse prazo. Todos os projetos dessa natureza têm que ser aprovados seis meses antes da eleição, independente de quando serão aplicados os benefícios.

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Salários iguais

Além da reposição anual, o governo também apresentou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) garantindo salários iguais para todos os servidores que exerçam funções para as quais é exigido formação de nível superior.

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A PEC prevê que não poderá ser maior do que 40% a diferença entre os salários dos servidores para as funções que exijam a mesma graduação. A aproximação salarial entre as diversas faixas de servidores de nível superior será progressiva.

A proposta do governo é que, anualmente, junto com o reajuste geral dos servidores na data-base, seja concedido também um aumento salarial especial para as categorias que estejam em defasagem em relação a outras cujos cargos tenham a mesma exigência de nível de ensino.

A fórmula possibilitaria reduzir as diferenças significativamente em seis anos, prevê o governo. Pessuti disse que a desigualdade salarial entre os cargos de nível superior é gritante em algumas situações.

“Há cargos de nível superior em que o servidor ganha R$ 10 mil e o outro, cuja exigência de nível de ensino é a mesma, ganha menos que R$ 2 mil. A PEC pretende acabar com essa distância”, afirmou.

Ciente das críticas dos deputados de oposição, de que o pacote de mensagens é eleitoreiro e poderá deixar uma dívida para os próximos governos, Pessuti lembrou que, em 2002, como deputado ajudou a aprovar o projeto do ex-governador Jaime Lerner ajustando os salários dos policiais militares. E que o reajuste foi pago pelo governo seguinte, no qual ele era vice-governador.

“Então, nós vamos fazer acontecer essas medida de acordo com as possibilidades de caixa. Pode ser que se consiga resolver tudo em 2010. Pode ser que não”, comentou.