Foto: Júlio Covello/SECS |
O presidente da Caixa, Jorge Mattoso, e o governador Roberto Requião: opção pelos bancos públicos. continua após a publicidade |
O governador Roberto Requião e o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, assinaram ontem, no Palácio Iguaçu, convênio que garante a transferência da arrecadação, do pagamento de fornecedores e da folha de pagamento dos funcionários da Sanepar para aquele banco que, em troca, pretende investir ainda mais nas obras de saneamento e abastecimento de água, construção de moradias populares e no desenvolvimento do Paraná.
"Esse convênio coloca o dinheiro da Sanepar nas mãos de um banco público, que é o que determina a Constituição Brasileira", disse o governador, acrescentando que tanto a Caixa Econômica Federal quanto o Banco do Brasil têm sido parceiros importantes do governo do Paraná.
O governador Requião disse que só não transferiu antes as contas do governo do Estado e empresas públicas para o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal por força de um contrato firmado pelo governo anterior e o Banco Itaú, com o aval do Banco Central, dando ao banco privado o direito de administrar as contas públicas por cinco anos a partir da privatização do Banestado. "Completados os cinco anos, entreguei as contas do Estado para os bancos públicos, em cumprimento àquilo que determina a Constituição."
Segundo ele, um banco privado chegou a oferecer R$ 1 bilhão pelo direito de gerenciar as contas do Estado. "Mas não aceitamos. Resolvemos prestigiar antigos parceiros. Dinheiro público deve ficar em banco público, que tem funções claras como financiar habitação, saneamento e desenvolvimento. E, constitucionalmente, tem o privilégio de operar com prefeituras, estados e a própria União. É evidente que vamos querer as melhores taxas. Disso não vamos abrir mão, afinal de contas temos o compromisso de defender e proteger os interesses dos paranaenses."
Fusão
Aproveitando a presença do empresário e ex-senador José Eduardo de Andrade Vieira, na solenidade de assinatura do convênio com a Caixa Econômica, o governador Roberto Requião revelou que, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, na condição de senador, chegou a propor ao então ministro da Fazenda, Pedro Malan, a fusão dos bancos Banestado e Bamerindus que, juntos e saneados, teriam condições de enfrentar em pé de igualdade os líderes do setor. "O ministro aceitou a idéia de fusão, que não se consolidou porque contrariava muitos interesses. Os dois bancos foram privatizados e, com isso, caímos nas mãos de um banco privado que não nos dava a mínima satisfação", afirmou.
Para o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, o convênio firmado nesta quinta-feira é "o reconhecimento ao importante papel que os bancos públicos têm desempenhado no crescimento, no desenvolvimento da economia, da sociedade e da gente do Paraná. Ele informou que a Caixa investiu, em 2005, R$ 115 bilhões ou seja 6% do PIB nacional em diversas atividades econômicas do país.