A pressão dos professores e outros servidores públicos, que se concentravam desde terça-feira em frente à Assembleia Legislativa, fez o governo do Paraná recuar e retirar o “pacotaço” de projetos com medidas de austeridade. A decisão aconteceu após um dia de muita tensão, que teve deputados chegando à Assembleia “de camburão”, nova invasão da Casa e terminou com muita comemoração dos manifestantes.

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A decisão de retirar o projeto aconteceu quando os deputados estaduais realizavam uma sessão improvisada, no restaurante da Assembleia. O plenário estava ocupado pelos manifestantes desde terça-feira. Os deputados chegaram em um ônibus da Tropa de Choque, cercados por policiais. Eles tiveram que fazer uma abertura na grade para entrar no prédio.

A entrada dos parlamentares motivou a ira dos manifestantes, que entraram em confronto com os policiais. A polícia usou balas de borracha, gás de pimenta e bombas de efeito moral. Mesmo assim, a multidão conseguiu entrar no local onde os deputados se reuniam. Segundo a Polícia Militar, seis manifestantes e cinco policiais ficaram feridos.

Com o avanço dos manifestantes, a sessão foi interrompida. A intenção era analisar a aprovação do regime de comissão geral, o chamado “tratoraço”, que acelera o processo legislativo, para votar ainda ontem os dois projetos de lei propostos pelo governo Beto Richa (PSDB). Os projetos incluem a autorização de uso de R$ 8 bilhões da poupança do ParanáPrevidência pelo Executivo estadual.

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Mensagem

“O Secretário-Chefe da Casa Civil vem por meio desta solicitar a retirada dos projetos PLC 06/2015 e PLO 60/2015 para reexame, e em virtude das manifestações ocorridas, também para garantir a integridade física e segurança das senhoras e senhores parlamentares”. Esse foi o comunicado enviado pelo governo estadual que encerrou a inusitada sessão. Quando foi anunciada a retirada dos projetos, a comemoração foi grande entre os manifestantes. Por volta das 18h30, os professores que ocupavam o plenário começaram a deixar o local. Alguns ainda permaneceram por mais algumas hora para fazer uma “faxina”.

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Greve continua

Apesar de comemorarem a “vitória”, professores estaduais em greve decidiram permanecer acampados em frente ao Palácio Iguaçu. “Nossa luta agora é com o governo”, disse o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão. Ele declarou, também, que a paralisação nas escolas estaduais não acabou. Os professores exigem, também, que o terço de férias, atrasado desde dezembro, seja pago, assim como a rescisão dos professores temporários em regime PSS.