O governo do Estado ainda não decidiu se irá pagar o reajuste de 5% nos salários dos servidores públicos estaduais que será depositado no dia 1º. de junho. A correção dos salários depende de estudo que está sendo realizado pela Secretaria da Fazenda para verificar se há caixa para a nova despesa, informou ontem a Secretária Estadual de Administração, Maria Marta Lunardon, ao líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB).

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De acordo com as previsões da Fazenda, o pacote de reajustes que incluiu os funcionários do quadro geral e policiais civis e militares representa despesa adicional de R$ 67,7 milhões mensais.

A indefinição sobre o reajuste gerou críticas dos deputados da bancada de oposição ao governo. A expectativa era que a correção fosse aplicada sobre os salários deste mês, embora o texto da lei estadual aprovada no final de março tenha vinculado o reajuste à disponibilidade de caixa do governo.

A emenda da oposição prevendo o pagamento em maio foi rejeitada e ficou fora do texto da lei. “Na época, pedimos coerência para que os servidores recebessem como salário base o valor equivalente ao nível II (R$ 688,50) do mínimo regional e que o aumento de 5% fosse concedido em maio. Neste mês, em que o reajuste do mínimo regional começou a vigorar, os servidores infelizmente não terão o aumento salarial aprovado em março pelos deputados”, disse o líder da oposição, deputado Elio Rusch (DEM).

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O deputado Reni Pereira (PSB) afirmou que a folha de pagamento do mês de maio já está pronta e os salários não foram reajustados. Ele sugeriu ao governo que faça nova folha complementar de salários.

Para o deputado, não há lógica no fato de o governo estar solicitando abertura de um novo crédito suplementar no valor de R$ 100 milhões para um programa de asfaltamento de ruas em várias cidades do Estado, sem saldar um compromisso anterior. “Não podemos fazer coisas novas sem cumprir os compromissos antigos”, disse.

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Queda

Romanelli disse que, no primeiro quadrimestre deste ano, a arrecadação ficou 4% menor. Embora tenha sido registrado aumento da receita de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), a receita global ficou em R$ 6,6 bilhões, quando a previsão era de R$ 7,1 bilhões, explicou o líder do governo.

Outros impostos, como o Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), tiveram queda. “O governo tem uma torneira. Não tem uma caixa d’água. O governo vai executando seu projeto em função da expectativa de receita”, justificou Romanelli.

A bancada de oposição aproveitou para cobrar do líder do governo a apresentação dos balanços quadrimestrais do governo. Embora previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), desde o ano passado, o governo não faz a prestação de contas a cada quatro meses.

Em fevereiro, o governo deveria ter mostrado como se comportou a receita dos últimos quatro meses. A audiência pública para a apresentação dos números não foi realizada.