O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse hoje que o governo federal não “tem que ter medo” da decisão do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa fazer delação premiada. Na avaliação do ministro, no atual governo, “diferente dos outros”, “quem erra – não importa quem seja – será investigado”.

continua após a publicidade

A Polícia Federal deflagrou na semana passada a quinta fase da Operação Lava Jato, vasculhando endereços de 13 empresas de consultoria, gestão e assessoria, ligadas a uma filha, a um genro e a um amigo do ex-diretor da Petrobras. A Procuradoria da República apontou “vertiginoso acréscimo patrimonial” dessas empresas na época em que Costa foi diretor da Petrobras. A Lava Jato investiga suspeitas de existência de um suposto esquema de lavagem de bilhões de reais.

“Não podemos sofrer por antecipação, o pior que pode acontecer na vida é sofrer por antecipação de fatos que podem ou não ocorrer. O presidente Lula nos ensinou uma coisa, que fica bem claro no País de hoje: quem não quiser ser investigado não erre. Neste governo, diferente dos outros de antigamente, quem erra – não importa quem seja – será investigado, deve ser investigado e paga o preço”, disse o ministro a jornalistas, após participar de aula inaugural no campus de Planaltina do Instituto Federal de Brasília.

“A Justiça brasileira tem funcionado bem e os mecanismos de investigação têm tido toda a liberdade. A gente não tem que ter medo de nada. A gente tem de trabalhar e ter a consciência em paz. Quem tem consciência em paz neste governo não tem de ter preocupação nenhuma.”

continua após a publicidade

No último domingo, a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, disse que a “Petrobras é muito maior que qualquer agente dela, seja diretor ou não, que cometa equívocos, crimes”. “Isso não significa uma condenação da empresa. Não se pode confundir as pessoas com as instituições”, disse Dilma no Palácio da Alvorada, naquela ocasião.

Bens

continua após a publicidade

Nesta quarta-feira, o Tribunal de Contas da União (TCU) deve retomar o processo sobre a aquisição da refinaria de Pasadena pela Petrobras e definir enfim se a presidente da estatal, Graça Foster, terá seus bens bloqueados.

Questionado sobre a situação de Graça Foster, Carvalho respondeu: “Ela não passou (doou) imóveis para nenhum laranja, ela fez um processo de transferência de patrimônio natural (para os filhos) que quem fica mais velho como eu, a gente tem de começar a pensar nisso. Não tenho nenhum receio (de ter os bens bloqueados).”

Em nota, a Petrobras divulgou posicionamento em que “refuta veementemente” as informações de que Graça Foster tenha feito “qualquer movimentação patrimonial com o intuito de burlar a decisão do TCU”.

“Se tem uma pessoa a respeito de quem eu não tenho nenhum receio do ponto de vista da sua conduta profissional e ética é da nossa companheira Graça. Ela é funcionária de carreira, exemplar, que demonstrou sempre uma dedicação, uma competência extraordinária”, defendeu Carvalho.