O governo montou hoje uma tropa de choque nas comissões permanentes da Câmara para impedir a aprovação da convocação da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff; do secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo; da ex-secretária Lina Maria Vieira; e da secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra. A oposição quer questioná-los sobre a suposta interferência política da Presidência da República e da Fazenda na Receita, o que teria provocado a demissão de funcionários do órgão. A intenção também é apurar a existência ou não de reunião entre Lina e Dilma, quando, segundo a ex-secretária, a ministra teria pedido rapidez na investigação sobre empresas do filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Há pedidos de convocação e convite nas comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Finanças e Tributação. O governo conseguiu derrubar o requerimento que propunha o convite a Iraneth Dias Weiler, ex-chefe de gabinete do secretário da Receita Federal, na Comissão de Fiscalização e Controle. A atuação da tropa de choque na comissão levou a oposição a recuar para não perder nas outras votações e aceitar um acordo para retirar os outros requerimentos da pauta de hoje. “A tropa não deixa votar nem moção de aniversário”, disse o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP).
Na comissão de Finanças e Tributação, o governo atua para evitar que os requerimentos de convocação sejam votados hoje. Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o DEM não conseguiu recolher assinaturas suficientes para incluir na pauta o pedido de convocação do ministro da Fazenda, Guido Mantega. O requerimento ficou para a semana que vem.