Apesar de estar com a base de sustentação um pouco menor por conta do afastamento, pelo menos anunciado, dos quatro deputados do PPS, o governo vai começar o semestre legislativo testando suas forças, a partir de amanhã, dia 1.º. O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Dobrandino da Silva (PMDB), disse que vai conversar com o presidente da Mesa Executiva, Hermas Brandão (PSDB), para submeter à votação duas mensagens do governador Roberto Requião (PMDB): a polêmica autarquização da Emater e a não menos controversa proposta de anulação do pacto de acionistas que deu ao consórcio Dominó o controle das principais diretorias da Sanepar e que gerou uma guerra judicial com o governo do Estado.
Inicialmente, o governo havia tentado anular o pacto por decreto, baixado quando o governador Roberto Requião (PMDB) tomou posse, em janeiro de 2003. Mas o Consórcio Dominó recorreu à Justiça e conseguiu suspender o decreto no Superior Tribunal de Justiça, restabelecendo a vigência do acordo. Conforme Dobrandino, o governador pediu que a matéria seja votada já no início deste semestre.
A bancada de oposição diz que vai acompanhar de ?camarote? as articulações para as votações de interesse do governo. O líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB), disse que em um mês, o quadro mudou para o lado governo. ?Vamos dar um tempo para ver como isso fica. Porque o PT não está alinhado à base como antes e o PPS disse que ia sair. Vamos ver como fica. Vamos ver se o PT vai continuar amigo porque na hora em que o Lula mais precisou de apoio, o Requião não abriu a boca. E ver se o PPS vai fazer oposição ou fará a linha ?me chama que eu vou?, aquele negócio de se dizer independente e sair correndo quando o governo chama?, ironizou o líder da oposição. Ele disse que a oposição vai ganhar mais musculatura neste segundo semestre. ?Seria mais salutar para a política do Paraná que a nossa bancada tivesse um reforço. Porque fazer oposição com onze deputados não é fácil?, comentou o tucano.
Para o líder da bancada do governo, Dobrandino da Silva, as dificuldades na composição da base já estavam previstas. ?É um ano pré-eleitoral e a gente sabe que com a aproximação da eleição, o debate se acirra. Mas eu confio no discernimento dos deputados porque as matérias são importantes para o Estado e não para o governo?, afirmou o líder governista.
Outra pauta
Já o presidente da Assembléia diz que na sua pauta de votação estão algumas matérias obrigatórias, como o orçamento do Estado para o ano de 2006, a nova lei orgânica do Tribunal de Contas (TC) e o projeto que altera dispositivos do Código de Organização e Divisão Judiciárias do Paraná. Independente das divergências entre oposição e situação, Brandão informa que também está mantida a realização da audiência pública sobre o caráter da administração do Porto de Paranaguá, que está delegada ao Estado, mas que pode ser transferida à União, conforme projeto que está no Senado e foi aprovado pela Câmara. Brandão quer fazer a audiência nas próximas duas semanas.