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Carvalho: tudo tem dedo do Zé.

O chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Gilberto Carvalho, disse ontem, em Curitiba, que o governo irá responder, no momento certo, à denúncia contra a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, acusada de favorecimento nas negociações para a venda da VarigLog para um grupo liderado por acionistas americanos.

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?Uma coisa é o jornal fazer ilações, interpretações. Outra coisa será no Senado, onde os acusadores terão que provar. Quem conhece a Dilma sabe que esta denúncia não tem sentido. Depois de cinco anos, nós já estamos calejados?, disse Carvalho, que veio a Curitiba participar de um seminário sobre as relações entre o PT e o Movimento Social, promovido pelo diretório do partido no Paraná.

Embora tenha evitado atribuir a suspeita sobre a ministra como um sintoma de antecipação da sucessão presidencial de 2010, o chefe de gabinete de Lula comentou que a vinculação acaba sendo inevitável. ?Qualquer pessoa que exponha um potencial de crescimento está sujeito a isso. Ninguém chuta cachorro morto. De fato, ela pode vir a ser candidata. Assim como outros nomes. Mas nós não temos interesse em antecipar o calendário eleitoral?, afirmou.

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Samek: tem um simbolismo.

Sobre a possibilidade de os ataques à ministra terem a participação do ex-ministro José Dirceu, no chamado ?fogo amigo?, Carvalho ironizou: ?É uma loucura. Tudo tem o dedo do Zé Dirceu. Até o caso Isabella?, comentou o chefe de gabinete de Lula. E continuou: ?O Zé é amicíssimo da Dilma. Ele não ganharia nada com isso. Desta vez, como em tantas outras, não tem o dedo dele?, disse.

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De acordo com Carvalho, é preciso levar em consideração o contexto em que se deu a venda da Varig. ?A companhia estava quebrando. E havia a possibilidade de uma negociação para preservar empregos e os lotes no exterior. O que a Casa Civil procurou fazer foi destravar a negociação. Vai ficar provado que ninguém saiu favorecido nisso?, disse.

Na defesa

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e o presidente da Usina de Itaipu, Jorge Samek, também defenderam a ministra. Bernardo não descartou a hipótese de ter havido problemas na operação, em que o grupo americano pode ter ficado com uma participação acionária acima do permitido pela lei. Mas diz que se há irregularidade, não há nenhum envolvimento da ministra.

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?Havia um juiz no comando do processo. Qualquer lobby que houvesse passaria pelo crivo dele. A venda da Varig foi feita na Vara da Falência. Era uma empresa privada. Se houve alguma coisa, foi nessa esfera?, disse.

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Bernardo: havia um juiz.

Para Bernardo, seria ingenuidade achar que as denúncias não têm relação com a possibilidade de a ministra ser candidata à sucessão de Lula não. ?Nós não temos clareza sobre essa motivação. Mas sabemos que a possibilidade de uma candidatura provoca a ira dos adversários?, afirmou.

Ainda de acordo com o ministro, as forças adversárias também estariam reagindo a algumas medidas adotadas por Dilma, como a divulgação dos gastos do governo na Internet. ?Antes, com as contas Tipo B, as despesas ficavam ?mocozadas? nas gavetas. Nós estamos acabando com isso?, declarou.

Para Samek, as denúncias contra a ministra têm origem em interesses contrariados e também seriam estimuladas pelas suas possibilidades eleitorais. ?A eleição da Dilma tem um simbolismo. Ela é um símbolo de eficiência gerencial, que tanto nos cobravam. Com isso, o crescimento dela representa o declínio de uma política de arranjos, de favores. Seria o fim do jeitinho brasileiro. Isso desagrada muita gente?, comentou.