Governo justifica compra de móveis para casa de Yeda

O secretário da Transparência do Rio Grande do Sul, Francisco Luçardo, confirmou que o Estado gastou cerca de R$ 13 mil com a aquisição de materiais de construção e móveis para a casa da governadora Yeda Crusius (PSDB) em 2007.

A polêmica em torno das aquisições do Estado para a casa da governadora foi mais um capítulo da novela do impeachment da governadora, que seria analisado por uma comissão especial na noite de hoje, com ampla possibilidade de ser rejeitado, já que os aliados contam com maioria de 17 a 12 disposta a encerrar o assunto com a maior brevidade possível.

O Executivo comprou 70 metros de piso de borracha, câmeras de vídeo, armários, camas e guarda-roupas, e garante que os equipamentos foram registrados e etiquetados como patrimônio do Estado e terão de ser devolvidos ou indenizados ao final do mandato.

A administração estadual entende que a legislação permite tais aquisições por considerar a residência particular da governadora como uma extensão da residência oficial, na qual podem ser feitas benfeitorias para dar conforto e segurança para os moradores e eventuais visitas e também criar um ambiente adequado ao trabalho fora do horário de expediente.

O deputado estadual Daniel Bordignon (PT) disse que há diferença entre gastos necessários ao exercício do mandato e móveis pagos com dinheiro público para a residência da governadora e considerou o fato como questionável do ponto de vista jurídico e condenável do ponto vista moral e ético.

As cópias dos empenhos e das notas fiscais foram entregues por Luçardo ao líder do governo na Assembleia Legislativa, Pedro Westphalen (PP). Os documentos serão usados pelos deputados aliados na defesa da administração estadual.

Julgamento popular

Sindicalistas e estudantes favoráveis ao afastamento da governadora Yeda Crusius (PSDB) também pressionaram os deputados da situação com uma manifestação na esplanada da Assembleia, na qual divulgaram o resultado de um “julgamento popular” que considerou Yeda “culpada”.

A votação foi realizada entre os dias 29 de setembro e 7 de outubro com quase 500 urnas e recolheu 92.520 votos. Deste total, 94% assinalaram a opção “culpada”, ante 5% que marcaram “inocente”, além de 1% de brancos e nulos. Na votação, organizada pelo Comitê Fora Yeda, os participantes respondiam à pergunta “Yeda: inocente ou culpada?”. Até o momento, o governo não comentou o resultado.

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