O governo federal abriu investigação oficial para apurar supostas movimentações bancárias do senador goiano Marconi Perillo (PSDB) no exterior. O tucano é inimigo político declarado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com os papéis em poder do governo, as movimentações teriam ocorrido em bancos da Suíça e dos Estados Unidos e em paraísos fiscais do Caribe.
Formalmente, a investigação teve início no dia 12 de março, quando começou a tramitar no Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI) do Ministério da Justiça um processo destinado a mapear a existência das contas. Antes de chegar ao ministério, os documentos que dão base à investigação passaram pelo Palácio do Planalto – mais precisamente, pelas mãos de Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula.
Vice-presidente do Senado, Perillo nega possuir contas no exterior. Ontem, em meio a rumores sobre a existência de um dossiê com informações sobre contas bancárias abertas em seu nome em paraísos fiscais, o parlamentar foi ao Ministério da Justiça pedir investigação sobre a origem dos papéis, que diz serem “falsos”. Não sabia ele que, um mês antes, os documentos já haviam chegado ao ministério e dado origem a um procedimento formal – não para investigar sua veracidade, mas seu conteúdo.
Perillo tornou-se desafeto do Planalto após o escândalo do mensalão, quando disse ter alertado pessoalmente o presidente sobre os pagamentos a parlamentares da base aliada no Congresso em troca de apoio a projetos do governo. Comprovar a existência das contas poderia significar um tiro de morte nas pretensões políticas do tucano, pré-candidato a governador em Goiás.