Governo intervêm e ICI aceita transição pacífica

A ação da Secretaria de Estado da Saúde e da Procuradoria Geral do Estado (PGE) fez com que o Instituto Curitiba de Saúde (ICI) se comprometesse, ontem, a fazer uma transição pacífica quanto à questão da marcação de consultas e distribuição de leitos em todo a rede conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado.

Em reunião no final da tarde com o procurador geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, os representantes do ICI garantiram que vão apresentar à PGE até a próxima segunda-feira o projeto para a transição. Na seqüência, o projeto será apresentado para a Secretaria da Saúde e para o Celepar, que passará a administrar o sistema.

O que deixou o governo do Paraná perplexo com a decisão do ICI de suspender a marcação de consultas e distribuição de leitos foi a intervenção da Prefeitura de Curitiba no episódio, saindo em defesa dos interesses empresariais do Instituto.

“A nota de Prefeitura não ficou nada a dever a uma manifestação apaixonada de um partido político”, comentou uma fonte próxima ao governador, que acrescentou: “O que menos interessou ao ICI e à Prefeitura foi a vida das pessoas prejudicadas pelo boicote de terça-feira”.

O ICI foi contratado pelo governo anterior para administrar a marcação de consultas e a distribuição de leitos no Estado. A PGE investigou o contrato – com um valor total de R$ 33 milhões – e descobriu que, além de superfaturado, apresentava diversas outras irregularidades. Um exemplo: um sistema semelhante ao operado pelo ICI para marcação de consultas e reserva de leitos custa à vista, no mercado, cerca de R$ 100 mil, o mesmo valor que o governo do Paraná vinha pagando mensalmente para usar o sistema.

Por isso, o governador Roberto Requião anunciou que o contrato seria rompido. O problema é que na terça-feira (1.º), antes da publicação do decreto de cancelamento do contrato, o ICI suspendeu os serviços e bloqueou o acesso da Secretaria a todos os dados referentes a internamentos e prontuários de pacientes. “O caos só não foi maior porque o esquema de emergência da Secretaria agiu rapidamente e criamos inclusive um 0800 para os casos mais graves”, diz o secretário da saúde, Cláudio Xavier. No final da noite de terça-feira, o ICI – que era o antigo Centro de Processamento de Dados (CPD) do Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) – voltou atrás e restabeleceu o serviço.

Hoje, o ICI opera 5 Centrais de Leitos, 13 Centrais de Consultas e 4 bases de ambulâncias para atendimento de emergência. Ao todo, 200 pessoas trabalham no atendimento das centrais. A Central de Regulação da Secretaria controla a busca de vagas de acordo com a gravidade dos casos.

Após o término do contrato com o ICI, o Celepar será responsável pelo sistema de marcação de consultas e de leitos.

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