Foi com a promessa de que vai destinar um pacote de cargos para acomodar os derrotados do PMDB nas últimas eleições que a presidente Dilma Rousseff (PT) conseguiu acalmar a bancada peemedebista da Câmara, revoltada com a perda de espaço para o PT e para os senadores do próprio partido.
Na quinta-feira, a presidente Dilma substituiu Carlos Nadalutti Filho por Flávio Decat na presidência de Furnas Centrais Elétricas. E ontem tirou do comando da Eletrobrás José Antonio Muniz, trocando-o por José da Costa Carvalho (conhecido como Costinha), que era da Cemig. Muniz é afilhado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e seu substituto é da cota pessoal da presidente da República.
O preço que o PMDB estabeleceu para engolir os “sapos” Decat e Costinha foi pago em forma de promessa pelo ministro Antonio Palocci (Casa Civil). Ele garantiu, em nome da presidente Dilma, que pelo menos cinco peemedebistas ‘de renome’ derrotados pelas urnas vão para diretorias e vice-presidências de estatais que têm muito dinheiro para investimentos.
Quem encabeça a lista é o ex-deputado e ex-ministro da Integração Geddel Vieira Lima, que perdeu para o governador Jaques Wagner (PT) a disputa para o governo da Bahia. Outros que serão acolhidos pelo governo Dilma serão os ex-governadores Iris Rezende (Goiás), José Maranhão (Paraíba) e Orlando Pessutti (Paraná), além do ex-ministro das Comunicações Hélio Costa – que chegou a se insinuar como candidato à presidência de Furnas, desejo prontamente recusado pela presidente Dilma.