Governo e oposição começaram a costurar um acordo em torno da votação dos projetos do pré-sal no Senado. Em reunião no início desta tarde, no gabinete da liderança do DEM, os líderes da oposição José Agripino Maia (DEM-RN), Arthur Virgílio (PSDB-AM) e do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), tiveram uma rápida conversa sobre a possibilidade de ser retirado o caráter de urgência dos textos.
Agripino e Virgílio propuseram que o governo retire a urgência do projeto e, em contrapartida, monte um calendário de debate e votação que, segundo eles, seria respeitado pelos oposicionistas. Jucá exige, em contrapartida, que os projetos estejam aprovados antes das eleições, o que, na prática, seria até 17 de julho, quando o Congresso Nacional entra em recesso. Na volta do descanso, os senadores estarão voltados para a campanha eleitoral.
Romero Jucá conversará ainda hoje com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, sobre o assunto antes de voltar a conversar com os líderes do DEM e do PSDB para dar uma resposta se o governo aceita ou não retirar a urgência.
Jucá levará para Padilha ainda outra condicionante que é de interesse não só da oposição, mas também da base aliada: os projetos do Ficha Limpa e do reajuste salarial dos aposentados. Ambos os projetos foram aprovados, ontem, pela Câmara dos Deputados e, em breve, chegarão ao Senado. Mas, com a urgência, os projetos do pré-sal passarão a trancar a pauta a partir desta sexta-feira quando nenhuma outra matéria poderá ser analisada antes.
Com a proximidade das eleições, é interessante para os parlamentares ajustar as aposentadorias. O senador Arthur Virgílio avalia que seria ruim para a imagem do Senado passar o primeiro semestre sem ter aprovado nenhum dos projetos que, hoje, estão na pauta nacional.