Com os R$ 2,9 bilhões em recursos da União em caixa, o governo do Rio começou nesta segunda-feira a pagar a parcela remanescente do salário e benefícios do mês de maio a 310.458 servidores ativos, aposentados e pensionistas. O repasse do governo federal irá para segurança, mas permitiu ao Estado remanejar verbas do orçamento para depositar os atrasados das demais categorias.

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Para regularizar a situação dos servidores públicos o Estado gastará R$ 460 milhões, equivalentes a 30% da folha de pagamento. O depósito será feito ao longo dia, mesmo após o encerramento do expediente bancário. A primeira parte dos salários de maio foi paga em 14 de junho, décimo dia útil do mês. Na data, 70% da folha de pagamento foram quitados, com desembolso de R$ 1,1 bilhão. Apenas os 85.737 servidores ativos da secretaria de Educação receberam integralmente. O atraso afetou 393.143 servidores ativos e inativos.

A página do Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe-RJ) no Facebook confirma que os servidores começaram a receber hoje a segunda parcela do pagamento de maio. “Uma policial militar, bombeiros e uma pensionista confirmaram que o restante do salário já está nas contas-correntes”, diz a postagem. Os servidores planejam um ato na Assembleia Legislativa do Rio no próximo dia 13. A ideia é protestar contra um projeto de lei que alteraria a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), permitindo a demissão de servidores.

O governo prevê depositar também esta semana o pagamento da folha de junho dos servidores da área da segurança – policiais militares e civis, bombeiros e os da administração penitenciária. A previsão é que eles recebam também o Regime Adicional de Serviço (RAS) pendente, gratificações referentes ao primeiro semestre de 2015, além de R$ 43 milhões do RAS olímpico aos policiais que vão trabalhar durante os Jogos, entre julho e setembro. A premiação do Sistema Integrado de Metas relativa ao segundo semestre de 2015 será paga na folha de agosto, no décimo dia útil de setembro.

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“Eu posso garantir que, com os recursos enviados ao Rio pelo presidente Michel Temer e com o empenho das polícias Militar e Civil, vamos ter as Olimpíadas mais seguras da história”, afirmou em nota o governador em exercício Francisco Dornelles (PP).

No último dia 17, o governador decretou estado de calamidade pública nas finanças do Estado. Para justificar a medida, o governo fluminense enumerou alguns itens: a grave crise econômica; queda na arrecadação, principalmente, a observada no ICMS e nos royalties e participações especiais do petróleo; e esforços de reprogramação financeira já empreendidos para ajustar as contas estaduais. Também alegou que a crise acarreta “severas dificuldades” na prestação dos serviços públicos essenciais e pode ocasionar colapso na segurança pública, na Saúde, Educação, mobilidade e na gestão ambiental.

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A Secretaria de Estado de Fazenda confirmou os pagamentos hoje e os depósitos para a segurança ao longo da semana, mas não confirmou a data. Há informações de que o depósito deve ocorrer na quarta-feira. Ainda não há informações precisas sobre os próximos setores a receber recursos. De acordo com reportagem do RJTV, da Rede Globo, a Saúde é prioridade e dever receber repasses de R$ 200 milhões a R$ 400 milhões.

A verba para a conclusão da Linha 4 do metrô também continua indefinida. Em entrevista ao jornal Estado no dia 27 de junho, o governador Dornelles disse que destinará recursos para a finalização das obras da Linha 4 não só para garantir o acesso à Barra da Tijuca, na zona oeste, local da maioria das competições da Olimpíada, mas também para evitar a demissão de 7 mil operários. A expansão do metrô foi um compromisso do Estado com a organização dos Jogos Olímpicos e já enfrenta atraso no cronograma. Inadimplente com a União, o Estado do Rio não conseguiu obter o aval do Tesouro Nacional para contratar um empréstimo complementar de R$ 989 milhões para as obras do Metrô.