Governo diz que Fraxe deixa o Dnit por “razões pessoais”

O Ministério dos Transportes divulgou nota oficial nesta quarta-feira, 2, informando que a saída do presidente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), general Jorge Fraxe, ocorre por “por razões estritamente pessoais”. O cargo é alvo de cobiça do PR, que tem pressionado o Planalto por mais cargos. O ministério diz que ainda “não está tratando da substituição” de Fraxe.

O PR começou exigindo a saída do ministro dos Transportes, César Borges, que foi substituído por Paulo Sérgio Passos na quinta-feira da semana passada. Em troca ao pedido de mais espaço no governo, o partido oferece o tempo de um minuto e oito segundos na propaganda eleitoral para a campanha à reeleição de Dilma Rousseff. segundo o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento, o problema é que Passos não foi uma escolha do partido, mas da presidente. Diante disso, o PR continuou pressionando para obter o Dnit e outros cargos. Segundo o Ministério do Transportes, o pedido de afastamento do general Fraxe já havia sido apresentado ao ex-ministro César Borges.

Ontem, ao ser perguntada se iria trocar o presidente do Dnit, a presidente negou, respondendo que “você só pergunta coisa que não acontece”. Dilma esperava resolver o problema com o PR com a saída de Borges, que foi realocado na Secretaria de Portos. Só que essa manobra não foi suficiente. O PR continuou exigindo mais cargos na área de transportes, não apenas no Dnit, mas também na Valec, que deixaram de ser do partido depois da “faxina” feita por Dilma no primeiro ano de seu governo.

Apesar de resistir há tempos às pressões, recentemente o discurso do Planalto em relação à permanência de Fraxe no Dnit começava a mudar. Passou-se a dizer que há meses ele já havia pedido para deixar o cargo e, quase que “por coincidência”, o seu pedido poderia ser atendido agora.

Ainda assim, no PR há quem brigue pela indicação do ex-superintendente do Dnit de Goiás Anderson Cabral Ribeiro para substituir o general Fraxe. O Planalto tenta compensar o PR, oferecendo duas das quatro superintendências criadas no órgão recentemente e que ainda estão livres: no Distrito Federal e no Acre.

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