Foto: João de Noronha |
Samuel Gomes: "Não é uma proposta fechada". continua após a publicidade |
A primeira reunião técnica entre representantes do Centro dos Ferroviários do Paraná e de Santa Catarina, do governo estadual e do governo federal, que discute duas propostas de construção de linhas férreas no Estado, aconteceu ontem em Curitiba. Com a finalidade de reduzir os gargalos da malha ferroviária no Paraná, o debate foi feito em torno de um projeto do governo federal e outro, o Corredor Oeste, do Centro dos Ferroviários. O encontrou ocorreu a pedido do governador Roberto Requião (PMDB) aos ministérios do Transporte e do Planejamento, Orçamento e Gestão, que, em carta aos ministros, assinalou a importância de debate aberto e democrático.
Segundo o diretor-administrativo jurídico e financeiro da Ferroeste, Samuel Gomes, que representou o governo do Estado na reunião, foram feitas conversas preliminares. "Não é uma proposta fechada. Acredito que tanto o governo federal como o estadual estão comprometidos com uma apreciação ampla", disse. O secretário Nacional de Políticas de Transporte do Ministério dos Transportes, engenheiro José Augusto Valente, afirmou que o projeto vai ser encaminhado para análise em Brasília.
Projetos
A proposta do governo federal é de construir uma linha férrea entre Guarapuava e Ipiranga, com 130 quilômetros de extensão. Por sua vez, o projeto dos engenheiros ferroviários consiste em fazer uma retificação dos 140 quilômetros que vão de Guarapuava a Gutierrez e a construção de uma nova linha entre Gutierrez e Engenheiro Bley, que deverá ter 102 quilômetros. "A proposta dos engenheiros ferroviários foi resgatada de um antigo projeto, da década de quarenta", explicou Gomes.
O representante do governo estadual entende que o Corredor Oeste possui um traçado que se executado poderá ter longa duração, entre 30 a 40 anos, além de não sobrecarregar as linhas de carga que vêm do norte. Outro fator, segundo ele, é a quantidade em quilômetros que precisarão ser percorridos. Na proposta alternativa, a redução será de 71 quilômetros em relação aos procedimentos atuais, enquanto que na proposta Guarapuava-Ipiranga haverá diminuição de 20 quilômetros.
Valente afirmou que tomou conhecimento da proposta alternativa e considerou um ótimo padrão de projeto, que pode trazer ganhos de competitividade. "De qualquer forma, ambos os projetos chegam a Engenheiro Bley. Vamos fazer agora um estudo para observar se o trajeto de Guarapuava a Ipiranga não vai ficar obsoleto em pouco tempo". De acordo com Valente, o projeto deverá ser desenvolvido numa Parceria Público Privada.