A presidente Dilma Rousseff está disposta a anunciar a decisão do governo na escolha F-X2 – para o reequipamento da aviação de caça – até julho. O negócio envolve um lote de 36 aeronaves e é avaliado em US$ 6 bilhões. O processo está sendo minuciosamente analisado no Palácio do Planalto.
Dilma faz suas próprias anotações e levanta dúvidas. Ela leu relatórios, ouviu especialistas e sabe que o F/A-18 Super Hornet da americana Boeing, é considerado a melhor máquina de guerra entre os oficiais da Aeronáutica. O preço final é intermediário, na faixa estimada de US$ 5,2 bilhões – acima dos US$ 4 bilhões da proposta da sueca Saab para seu Gripen NG e abaixo dos US$ 6 2 bilhões da oferta da francesa Dassault para o moderno Rafale.
A presidente tem discutido vários tópicos específicos. Quer saber se o pacote de transferência de tecnologia já garantido pela Boeing com o aval do governo dos Estados Unidos – em carta da secretária de Estado, Hillary Clinton, e em telefonema entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama – não é suficiente para atender a expectativa da indústria aeroespacial.
Os americanos aumentaram o tom, assumindo o compromisso de pagar os custos de 100 mil homens/hora da Embraer para habilitar a empresa no programa de desenvolvimento do Super Hornet. Também renovaram o acordo formal para pagar uma espécie de multa de 5% sobre o contrato cada vez que a abertura de tecnologia não seja cumprida.
Discreta, a francesa Dassault gastou o dia, ontem, em ação objetiva: reuniu 140 empresários de São José dos Campos para detalhar o seu método de transferência de tecnologia – até agora único mecanismo qualificado claramente como irrestrito e a critério da FAB