Governo de MG e PSDB rebatem declarações de Dilma

O governo de Minas e o diretório estadual do PSDB divulgaram notas na noite desta segunda-feira rebatendo declarações da presidente Dilma Rousseff sobre o atraso em projetos prometidos pela petista durante sua campanha eleitoral e em eventos oficiais. Durante a tarde, ela esteve em Ipatinga, no Vale do Aço mineiro, para assinar ordem de serviço para o início das obras de duplicação do trecho da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no leste do Estado.

A estrada, conhecida como “rodovia da morte” e tema de constantes críticas de adversários do governo federal, principalmente o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que deve disputar com a Presidência em outubro. Em seu discurso, Dilma admitiu a demora na obra, mas atribuiu a culpa também à gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarando que “aqueles que criticam” o atraso “vão ter de responder por que nos oito anos em que estiveram à frente do País não fizeram essa rodovia”. “Como forma de tentar desemperrar a execução desta importante obra para a capital mineira, o governo mineiro se ofereceu para elaborar o projeto de engenharia do empreendimento. O projeto foi concluído. No entanto, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) até o momento não liberou o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas (DER/MG) para fazer a licitação da obra”, afirma nota divulgada pelo Executivo estadual, comandado pelo PSDB desde 2003 e atualmente com gestão de Alberto Pinto Coelho (PP), aliado de Aécio.

O texto ressalta que a duplicação “sempre foi e continua sendo de responsabilidade” da União e que a obra “foi prometida pelo governo federal desde 2003”. “A presidente Dilma Rousseff deu, em Ipatinga, mais uma demonstração de que governa o Brasil de costas para Minas. Já em plena campanha eleitoral antecipada para sua própria reeleição, ela veio anunciar o começo da duplicação da BR-381. Essa obra já deveria estar pronta para ser entregue à população”, acrescentou o PSDB mineiro, também por meio de nota, na qual acusa a presidente de “enrolar os mineiros” e deixar “atrás de si um rastro de decepção”.

O documento ainda enumera problemas no atual projeto, como a falta de duplicação em alguns trechos e o que classifica de “arremedo de solução” em outros. Além da BR-381, obras no Anel Rodoviário da capital mineira também motivaram troca de farpas entre a presidente e o Executivo estadual. Em seu discurso, Dilma “sugeriu” que “se cobre o governo de Minas também pelo atraso”. “Porque na hora de a gente fazer os acordos e passar os recursos, todo mundo quer. Na hora de cobrar, só nós somos cobrados?”, indagou. “Ao contrário do que foi dito, até o momento o governo federal não repassou ao governo do Estado nenhum centavo para execução das obras do Anel Rodoviário de Belo Horizonte. Já que os recursos são liberados à medida que a obra vai sendo executada”, diz o texto divulgado pelo governo mineiro.

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