Passados quase três meses da criação do grupo de trabalho encarregado de localizar e identificar corpos de pessoas mortas na Guerrilha do Araguaia, o governo federal decidiu criar um “comitê institucional” para supervisionar as ações do grupo. O decreto de criação do comitê foi assinado na sexta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicado ontem no Diário Oficial da União (DOU).
A iniciativa do governo busca responder às críticas, feitas por organizações de defesa dos direitos humanos e por familiares dos mortos, ao grupo de trabalho, criado em abril. A principal delas era o fato de o ministro Nelson Jobim, titular da pasta da Defesa e responsável pelas buscas, ter relegado a um segundo plano a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, que trata do assunto desde 1995. Ele também foi criticado por ignorar grupos de familiares dos mortos.
Agora o governo incluiu no comitê supervisor três membros da Comissão Especial. Um deles é o seu presidente, Marco Antonio Rodrigues Barbosa. Os outros são Belisário dos Santos Júnior e Diva Santana. Os grupos de familiares, porém, continuaram de fora. O novo comitê terá nove integrantes fixos. Mas poderá crescer, quando necessário, solicitando a colaboração de servidores dos ministérios da Defesa e dos Direitos Humanos.