A liderança do governo calcula que já tem o número de votos necessários para garantir a indicação do secretário estadual de Educação, Maurício Requião, para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas.
O líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), disse que a bancada do PMDB e de outros partidos aliados já decidiram o apoio a Maurício, que tem o governador Roberto Requião (PMDB) como seu principal cabo eleitoral.
O concorrente de Maurício, o deputado Durval Amaral (DEM) tenta, nos bastidores, fazer frente à corrente pró-Maurício.
Mas admite que não é fácil se contrapor à influência do governador sobre os deputados. Amaral afirmou que está trabalhando, mas que fará uma avaliação realista da situação, antes de se inscrever.
O Tribunal de Contas estima que, em uma semana, será publicado o decreto de aposentadoria do conselheiro Henrique Naigeboren, que completou 70 anos no domingo passado. Assim que o afastamento for formalizado, a Assembléia Legislativa abrirá o processo de escolha do novo conselheiro, abrindo o prazo de inscrições.
Nas contas da liderança, Maurício já teria apoio suficiente para vencer a eleição no primeiro turno. São necessários 33 votos, ou seja, a maioria absoluta do plenário. O deputado Caíto Quintana (PMDB) ainda não se pronunciou oficialmente, mas a bancada já o considera fora dos planos. ?O Caíto não colocou a candidatura para a bancada?, justificou Romanelli.
Voto secreto
Para Amaral, seus anos de convívio na Assembléia Legislativa não são suficientes para garantir vantagem quando o adversário, mesmo não sendo deputado, é do núcleo governista.
?Não existe vontade própria quando o governo tem um dos seus disputando a eleição?, afirmou Amaral, sobre os vínculos com os colegas de plenário e as dificuldades dos amigos em ir contra a vontade do bloco do governo.
Uma dificuldade a mais quando o voto não é mais secreto, como em outras eleições, e sim, aberto. Embora considere que tenha as qualificações técnicas para o cargo, Amaral disse que não vai constranger nenhum colega em plenário. ?Não serei eu a fazer isso, principalmente quando o voto é aberto. Vamos aguardar os acontecimentos?, disse.
Surpresas
Os partidários da candidatura de Amaral acham que o poder de fogo do governo não é suficiente para definir a eleição. Uma das esperanças é que seja julgada a ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo ex-deputado José Felinto contra a lei estadual que aboliu o caráter secreto da maioria das votações da Assembléia Legislativa, entre elas, a escolha de conselheiros.
Felinto ingressou com a ação no Supremos Tribunal Federal (STF) na condição de presidente da Confederação Nacional dos Usuários de Transportes Coletivos Rodoviário, Ferroviário, Hidroviário e Aéreo e ex-deputado federal paranaense. Na ação, movida no ano passado, Felinto alegou que o veto secreto era uma conquista da sociedade.