Arquivo/O Estado |
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Ademar Traiano: há resistências internas entre os aliados de campanha do governador Beto Richa (PSDB) em receber integralmente a bancada peemedebista no bloco. |
Com uma base aliada que reúne quarenta dos 54 deputados estaduais, a liderança do governo na Assembleia Legislativa está acompanhando sem nenhuma apreensão a angústia do PMDB em definir se é ou não governo, em bloco. O líder do governo, Ademar Traiano (PSDB), afirmou que há resistências internas entre os aliados de campanha do governador Beto Richa (PSDB) em receber integralmente a bancada peemedebista no bloco.
Conflitos regionais, que vêm desde muito tempo, principalmente nos últimos oito anos em que o PMDB foi governo e os outros partidos estiveram na oposição, são os principais obstáculos para que o bloco abra espaço para todos os deputados peemedebistas. A ameaça peemedebista de se aliar ao PT na bancada de oposição ao governo, não assusta o líder tucano. “Duvido que alguns dos deputados peemedebistas que já nos apóiam deixem de ser governo. Já se o PMDB vier todo para a base, nós é que vamos ter problemas no bloco. Vai haver animosidade no grupo”, afirmou.
Quadro estável
Os apoiadores do governo no PMDB são Alexandre Curi, Jonas Guimarães, Stephanes Junior, Luiz Eduardo Cheida e Cleiton Quielse. No outro grupo, estão Caito Quintana, Nereu Moura, Waldir Pugliesi, Artagão de Matos Leão, Ademir Bier, Antonio Anibelli Neto e Teruo Kato.
Traiano avalia que o bloco aliado está consolidado e que o PMDB também já está mais ou menos definido. “Vários deputados do PMDB votaram contra o governo nos últimos dias. Isto é do jogo”, disse o líder do governo.
A aproximação entre prefeitos peemedebistas e o governo, que está irritando os deputados do PMDB, também é vista como previsível por Traiano. “No final do governo Lerner, quando perdemos a eleição, eu tinha trinta prefeitos. Logo depois, fiquei sem nenhum. Isso também é do jogo político. Prefeito quer sempre ter um deputado que seja ligado à base do governo”, comparou.
Quando o PMDB estava no governo, dos sete deputados tucanos, apenas dois, Traiano e Valdir Rossoni, restaram na oposição. Para Traiano, a vez agora é do PMDB administrar suas contradições internas. “Durante oito anos foi assim conosco. Nós nunca cobramos nada dos deputados do nosso partido que estavam com o governo do PMDB. Convivemos harmonicamente”, disse Traiano. Porém, deixou claro que na condição de líder não tem a última palavra sobre aceitar ou não o PMDB por inteiro na base do governo. “Se houver uma decisão de governo, terei que respeitar. Como líder, não posso impor nada. Só relatar as dificuldades que teremos com isso”, afirmou.