Governadores tucanos criticam pacto federativo

Sete dos oito governadores do PSDB (apenas o de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, não participou) reforçaram as críticas ao pacto federativo e ao governo federal, em reunião realizada nesta terça em Curitiba, da qual participou o presidente nacional da legenda, deputado federal Sérgio Guerra. “Altivos para o enfrentamento da falência federativa, os governadores manifestaram preocupação com a redução do poder de investimento dos Estados”, afirmaram em uma Carta de Curitiba.

Segundo o documento, a reunião serviu para discutir os riscos para a sustentabilidade econômica e social, que estaria “vulnerável diante da falta de uma política industrial consistente”. “Não menos grave, os governadores tucanos apontaram a perigosa omissão da União diante do compromisso pelo financiamento dos serviços públicos, notadamente na saúde, educação e segurança, onde os Estados são permanentemente obrigados a novos custeios sem o correspondente repasse por parte da receita concentrada pelo governo federal”, ressaltou a Carta.

Eles pediram uma “agenda emergencial e sincera” com o governo federal, com o objetivo de um “reposicionamento nacionalista” em torno dos temas de redução de encargos e do comprometimento dos Estados com o pagamento da dívida com a União, novos critérios para distribuição do Fundo de Participação dos Estados, além de temas “crônicos”, como a distribuição de royalties de petróleo e compensações financeiras decorrentes das perdas com a Lei Kandir.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que a visão centralizadora do governo federal é histórica, mas se agravou nos últimos anos. Como exemplo, ele citou a Emenda 29, que definiu os porcentuais para a saúde. “Foi um engodo porque estabeleceu metas mínimas para quem já cumpre sua tarefa, que são os Estados e municípios, e não estabeleceu para a União, que financiava quase 60% do Sistema Único da Saúde e hoje não passa de 41%”, afirmou.

Para o governador do Pará, Simão Jatene, “a questão federativa não é escolha, mas imposição da realidade”. “A União não tem exercido seu papel que o próprio nome define, que é a união, de mediar e articular isso”, criticou. “Se não tiver cuidado, neste país em que é difícil ter unidade, vamos ter uma unidade que é a incompetência dos governadores independentemente dos partidos políticos, porque não têm condições de responder às necessidades da sociedade.”

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna