Requião também quer que Lula abata créditos transferidos ao Itaú da dívida do Paraná. |
O governador Roberto Requião (PMDB) comanda na próxima terça-feira, dia 20, em Curitiba, uma reunião com os outros cinco governadores do seu partido. Requião, Luiz Henrique da Silveira (Santa Catarina), Germano Rigotto (Rio Grande do Sul), Joaquim Roriz (Distrito Federal), Jarbas Vasconcellos (Pernambuco) e Rosinha Garotinho (Rio de Janeiro) vão fechar uma pauta comum de reivindicações dos seis estados para apresentar ao governo federal. O encontro começa às 14 horas, no Palácio Iguaçu.
Apesar das ressalvas que o governador do Paraná tem feito ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobretudo à política econômica, o encontro da próxima terça-feira será realizado com o propósito de contribuição e não de crítica, assinalou a assessoria de Requião. Será também uma conversa preparatória para uma reunião entre todos os governadores convocada pelo governador do Ceará, Lúcio Alcântara, para o próximo dia 26.
“Vamos fechar um consenso em torno das questões que afligem os estados e oferecer idéias ao governo federal para resolver os problemas do país”, afirmou o governador, quando anunciou a realização do encontro. Sua assessoria ressaltou que não se trata de uma reunião de oposição, mas de aliados que pertencem a um partido que apóia e participa do governo. Não está prevista a divulgação de documento sobre o encontro com a posição dos governadores.
Sem guerra
Depois que declarou à Folha de S. Paulo, no início da semana passada, que o PT ainda não percebera que tinha vencido as eleições e previu uma derrota eleitoral para o partido de Lula se não houver mudança na política econômica, o governador tem suavizado as declarações no que se refere ao presidente da República. Em Londrina, na última quinta-feira, disse que Lula compreende suas posições e que o problema está em algumas figuras do governo e do PT, que fazem críticas às suas ações.
No encontro de Curitiba, os governadores vão discutir preocupações regionais. O Paraná tem uma extensa relação de demandas específicas. Uma delas é o aval do governo federal para que o Estado execute sua política de proibição ao plantio e comércio de produtos transgênicos, principal foco de tensão entre Requião e o governo federal.
E mais recentemente, e em princípio de negociação, está a proposta feita ao Banco Central para que desconte do empréstimo feito pelo Estado no governo de Jaime Lerner (PSB) para o saneamento do Banestado o valor dos créditos tributários que foram transferidos ao Itaú, no valor de R$ 1,8 bilhão. O governador quer que o BC autorize o abatimento desses valores na dívida do Estado com o Banco Central, que consome R$ 47 milhões mensais do Tesouro Estadual.