Governador se mantém neutro na briga do PMDB

O governador Roberto Requião (PMDB) não vai se posicionar na eleição do próximo domingo para o diretório municipal do PMDB, que rachou o partido em Curitiba e dividiu o primeiro escalão do governo entre os que defendem a candidatura própria à Prefeitura na eleição do próximo ano e aqueles que pregam o apoio ao candidato do PT . Inicialmente contrariado pelo que considera precipitação do debate sobre a sucessão municipal, Requião agora está recomendando aos correligionários que mantenham uma discussão elevada para que a disputa eleitoral não influencie na sua administração. Um dos pivôs da divisão no PMDB é o PT, principal aliado de Requião no governo.

O porta-voz do governador, Benedito Pires, disse que Requião respeita os dois lados e não vai interferir na disputa. “O governador está preocupado em governar e não considera interessante que se precipite uma disputa eleitoral que pode afetar o seu governo. Tudo tem uma época apropriada, mas já que a antecipação aconteceu, o governador está apelando para que se mantenha a unidade e para que não haja radicalização das posições”, afirmou o porta-voz.

O primeiro escalão do governo se distribuiu pelas duas chapas rivais do diretório. Na chapa do grupo que defende a candidatura própria à Prefeitura, encabeçada pelo diretor-geral do Detran, Marcelo Almeida, estão cinco representantes do secretariado de Requião: Reinhold Stephanes (Administração) Eleonora Fruet (Planejamento), Vera Mussi (Cultura), Heron Arzua (Fazenda) e o presidente da Copel, Paulo Pimentel.

No grupo que trabalha pela aliança com o PT, estão os dois irmãos do governador, Lucia Arruda e o secretário de Educação, Maurício Requião, além de Luiz Cláudio Romanel-li (Habitação), Airton Pisseti (Comunicação), Cláudio Xavier (Saúde), Nizan Pereira (Assuntos Estratégicos ) e Aldair Rizzi (Ciência e Tecnologia).

De longe

Entre os deputados estaduais com domicílio eleitoral em Curitiba, Alexandre Curi é o único que está integrando uma chapa para o diretório. Está junto com a ala que defende a candidatura própria. Os demais, Rafael Greca, Vanderlei Iensen e Clayton Quielse, não participam diretamente das chapas.

O deputado estadual Nereu Moura chegou a anunciar que a bancada lançaria uma frente pela união das oposições ao prefeito Cássio Taniguchi (PFL) já no primeiro turno, mas recuou. Justificou que a avaliação é que a iniciativa somente deve ser retomada após a convenção, marcada para o próximo dia 26.

Maioria prefere candidato próprio

Pesquisa realizada pela Foco Pesquisa, de Curitiba, mostra que 76,19% dos filiados ao PMDB na capital querem que o partido lance candidatura própria à Prefeitura da capital, contra 15,87% que preferem coligação com outro partido. O restante (7,94%) não tem opinião formada sobre o assunto. A pesquisa também mostrou que 83,33% dos filiados acreditam que um candidato do PMDB venceria a eleição. Apenas 6,75% não confiam na vitória e 9,92% disseram não saber. O percentual de confiança na vitória de um candidato do PMDB à Prefeitura de Curitiba é alto mesmo entre os filiados que defendem uma coligação com outro partido: 62% deles disseram acreditar que um candidato peemedebista venceria a eleição. A pesquisa foi realizada entre os dias 14 e 16 de outubro, com universo definido com base na lista de filiados enviada ao Tribunal Regional Eleitoral no dia 13 de abril pelo diretório municipal do PMDB. Foram ouvidas 252 pessoas. A margem de erro é de 5%.

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