Governador retoma diálogo com PT-PR

Antes de acertar as questões administrativas e econômicas com o governo federal, o governador Roberto Requião (PMDB) está ajustando os pontos de vista políticos com o PT do Paraná. O diálogo foi sendo retomado, primeiro com o presidente estadual do partido, André Vargas, durante a campanha eleitoral, e agora chegou a vez de restabelecer relações com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para preparar a participação do partido no novo mandato do peemedebista. Requião e o ministro iniciaram o processo de reconciliação em um jantar no final de semana passada, na Granja do Cangüiri, que poderá ter como principal conseqüência a posse do deputado estadual eleito Enio Verri (PT) como secretário do Planejamento do Estado.

A indicação de Verri para o governo, apesar de ser cogitada desde as primeiras conversas entre Requião e a comissão petista formada por Vargas, o diretor geral da Usina de Itaipu, Jorge Samek, e a ex-candidata ao Senado Gleisi Hoffmann, sempre esbarrou na resistência de Bernardo. Verri é uma das promessas do grupo de Bernardo e Vargas. E, por isso mesmo, interessa ao governador mantê-lo como secretário e encurtar o caminho até Bernardo, abrindo portas no governo federal.

O governador disse aos petistas que precisa de um nome qualificado para a função. Verri se enquadra neste perfil. Em 2001, foi secretário de Fazenda de Maringá na gestão do ex-prefeito José Cláudio (que morreu no meio do mandato). Em 2004, mudou-se para Brasília para ser assessor da Comissão Mista do Orçamento do Congresso Nacional e, em março de 2005, assumiu a chefia de gabinete do Ministério do Planejamento.

Inicialmente, a direção estadual disse que o deputado eleito preferia exercer o seu primeiro mandato na Assembléia Legislativa. Mas depois da conversa entre Requião e Paulo Bernardo, a indicação estaria quase fechada. A direção do PT e o ministro chegaram à conclusão que Planejamento é uma área nobre do governo e que está à altura do acordo de apoio ao governo Requião.

O ministro e o governador sempre tiveram focos de atrito. O principal é que Bernardo é um defensor intransigente da política econômica do presidente Lula, bombardeada por Requião. Desde o início da trégua, na campanha eleitoral deste ano, quando Requião apoiou Gleisi, que é casada com Bernardo, para o Senado, as hostilidades cessaram, pelo menos publicamente.

Se for confirmada a indicação de Verri para o governo, sua cadeira na Assembléia Legislativa será ocupada pelo primeiro suplente do PT, professor Luizão, também ligado ao grupo de Vargas e Bernardo.

No pacote

Também estão na pauta de conversas entre o governador, o ministro e a direção do PT as secretarias da Agricultura e do Trabalho. Para o Trabalho, que neste mandato foi ocupada pelo ex-deputado federal Padre Roque Zimmermann, cogitou-se o nome de Vargas. O deputado agradeceu, mas disse que Brasília o espera para o seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados.

Na Agricultura, as primeiras opções foram o deputado federal Assis do Couto e os estaduais Luciana Rafagnin e Elton Welter. Mas, nesta fase das negociações, o cargo está mais próximo de Walter Bianchini, o atual secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que poderá deixar o governo federal para abrir espaço aos participantes do governo de coalizão de Lula. 

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