Governador rebate críticas de jornal paulista

Definido como “tacanho” em editorial do jornal O Estado de S.Paulo na edição de ontem e acusado de combater a livre empresa por ter ingressado com uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal para tentar suspender o leilão de petróleo da Agência Nacional do Petróleo, o governador Roberto Requião (PMDB), por meio de sua assessoria, respondeu que “o texto revela a que ponto chega a sabujice, o entreguismo, a ignorância, a parvoice e a mediocridade de parte da nossa elite”.

Ontem, o STF informou que não há prazo para julgar a ação ajuizada pelo governador do Paraná, que também encaminhou uma representação à Procuradoria Geral da República pedindo que o procurador Claudio Fonteles questione também a constitucionalidade da lei que permite a realização da sexta rodada de licitação do petróleo. Trata-se da lei 9.478, aprovada em 97 e que permitiu a participação de empresas privadas na exploração das jazidas de petróleo.

O assessor especial do governador, Benedito Pires, disse que o subdesenvolvimento brasileiro pode ser creditado a pessoas que defendem as posições expressas no editorial. “No tempo da exploração do ouro, eles defendiam que entregássemos todo o minério aos ingleses. No tempo em que o café comandava a economia, eles diziam que o país deveria produzir apenas café. Hoje, eles pregam que devemos entregar tudo, o petróleo, o ferro e que devemos ser pura e simplesmente um produtor de produtos primários, abandonando qualquer veleidade industrial e desenvolvimento. É uma honra ser atacado por gente tão atrasada”, afirmou o assessor.

Pires observou que, a prevalecer o raciocínio do editorial, o presidente do Banco Central dos Estados Unidos, Alan Greenspan, também seria “tacanho” já que sua preocupação, neste momento, é com as reservas americanas de petróleo. “Ele está preocupado que uma crise mundial do petróleo ou a alta exagerada de preços possa desestabilizar a economia americana. Foram tacanhices como essas que impulsionaram o crescimento americano”, afirmou o assessor.

ACP apóia Adin do Paraná

O presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Claúdio Slaviero, enviou ontem um ofício apoiando a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) movida pelo governador Roberto Requião para impedir a realização do leilão de áreas de exploração e produção de petróleo e gás natural da Petrobrás.

No ofício, Slaviero informou que a postura de indignação ao leilão é de todos os membros da ACP, que congrega mais de 7 mil empresas. “É preciso que a sociedade se mobilize contra a degradação do patrimônio brasileiro, contra o absurdo que se planeja contra os interesses nacionais”, afirmou.

O presidente ressaltou que o Banco Central americano, preocupado com as pequenas reservas petrolíferas do seu País, prepara respostas para eventuais ameaças inflacionárias. Já o governo brasileiro, segundo Slaviero, “demonstra total desconhecimento da importância estratégica que o petróleo tem para qualquer país sobreviver”.

O presidente da ACP também critica a atual política econômica do governo gederal. “O governo brasileiro pratica uma rígida política monetária, que não tem tido resultados positivos sobre as pressões do petróleo, commodities e tarifas”, citou.

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