Governador quer novo aliado na Fiep

O Palácio Iguaçu resolveu descartar um aliado do mandato anterior do governador Roberto Requião (PMDB). Em conversa com deputados peemedebistas, Requião avisou que gostaria de ter o secretário da Indústria e Comércio, Virgílio Ferreira, liderando uma chapa de oposição ao atual presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Rodrigo Rocha Loures, na eleição que será realizada este ano.

Embora o afastamento entre Rocha Loures e Requião, que ajudou o empresário na sua eleição em 2003, esteja sendo atribuída às posições críticas da Fiep em relação à administração do Porto de Paranaguá, as relações começaram a se deteriorar bem antes. A posição contrária da entidade sobre a adoção do salário mínimo regional foi o princípio do distanciamento entre o governador e o empresário, no início de 2006.

Requião esperava que a entidade desse sustentação ao projeto, ajudando a rebater o bombardeio de outras entidades patronais, mas Rocha Loures expressou publicamente sua condenação à instituição de um salário mínimo regional maior que o nacional. Era um dos grandes projetos do governador, que se sentiu abandonado por Rocha Loures que, em manifestações oficiais, desqualificou o projeto, aprovado logo depois pela Assembléia Legislativa.

Naufrágio

Na semana passada, um problema no Porto de Paranaguá foi a gota d?água nas relações entre o governador e Rocha Loures pai. A Fiep aliou-se aos críticos das ordens de serviço baixadas pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). As normas, que a administração do Porto apresenta como necessárias para garantir a qualidade das operações foram rejeitadas pelo Conselho da Autoridade Portuária. E a Fiep apoiou as entidades que se uniram ao CAP de ir à Justiça para anular as novas regras.

A crise nas relações da Fiep e o governador podem criar um problema interno para o PMDB. O filho do presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures, é um dos deputados federais do PMDB. Antes disso, foi secretário especial do governador no primeiro mandato. Deputados peemedebistas disseram ontem esperar que a crise com a Fiep arrefeça e que o deputado federal não misture as relações partidárias com o problema entre governo e Fiep. O Estado tentou ouvir ontem o deputado federal peemedebista, mas ele estava em plenário, participando da sessão. 

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