Governador propõe pacto de solidariedade

O governador Roberto Requião propôs, como homenagem às personalidades do passado que construíram a emancipação paranaense, um pacto de solidariedade unindo esforços para fazer dos milhões de paranaenses excluídos os protagonistas dos próximos capítulos de nossa história. “Nós do Executivo, do Legislativo e do Judiciário devemos imprimir a esses 150 anos a marca da mudança”, conclamou o governador ontem, na sessão solene comemorativa aos 150 anos da criação do Paraná.

“Hoje, um século e meio depois do ato imperial criando o Paraná, depois que todas as nossas fronteiras foram desbravadas e conquistadas, depois que semeamos tantas cidades, exatamente hoje vemos mais de dois milhões de paranaenses vivendo abaixo da linha da miséria”, disse o governador, reiterando que “nesses 150 anos, é para esses nossos irmãos que devemos dirigir nosso olhar e nossas ações.”

A solenidade, no plenário da Assembléia Legislativa, contou também com a presença do príncipe Pedro de Orleans e Bragança, descendente do imperador Dom Pedro II. O príncipe leu o manuscrito original da Lei 704, de 29 de agosto de 1853, que possibilitou a emancipação, sancionada por Dom Pedro II. Com a lei, a comarca de Curitiba foi desmembrada da província de São Paulo, formando a província do Paraná. O documento faz parte do acervo do Arquivo Nacional, no Rio, e pela primeira vez foi trazido ao Paraná. Com a proclamação da República, em 1899, as antigas províncias do Império foram transformadas em Estados federados.

Solenidade

A cerimônia incluiu a apresentação das bandeiras de Paranaguá, Curitiba, São José dos Pinhais, Lapa, Antonina, Morretes, Guaratuba, Castro e Guarapuava, municípios que o Paraná possuía quando foi emancipado de São Paulo. Também foram apresentadas as bandeiras de Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Cascavel, Francisco Beltrão e Pato Branco, representando o Paraná moderno. E ainda as bandeiras históricas do Brasil português, do Império brasileiro e a Bandeira do Paraná. Na época da emancipação, a província tinha 62 mil habitantes. Atualmente, 150 anos depois, a população é de 10 milhões de pessoas.

O governador Roberto Requião, juntamente com o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão, o desembargador Munir Karam, representando o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, descerraram o medalhão comemorativo aos 150 anos do Paraná, uma escultura em bronze do paranaense Ricardo Tood.

Finalmente, foram descerrados os retratos do primeiro presidente da Província do Paraná, Zacharias de Góes e Vasconcellos, do primeiro presidente da Assembléia Provincial do estado, deputado Joaquim José Pinto Bandeira, do imperador Dom Pedro II, e do capitão de Milícias de Paranaguá, Floriano Bento Viana, que em 1821 bradou a emancipação de São Paulo de forma heróica e pioneira. As telas foram pintadas pela artista paranaense Marieta Lopes para a pinacoteca da Assembléia Legislativa.

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