O governador eleito do Tocantins, Siqueira Campos (PSDB), prometeu maior empenho na campanha do tucano José Serra no segundo turno da eleição presidencial. “Sou do PSDB e estou à disposição do Serra. Vou lutar por ele porque acredito em Deus e sei que é um homem bom e justo”, disse Siqueira. No primeiro turno o nome de Serra foi desprezado pela coligação tucana. Do outro lado, o governador Carlos Gaguim (PMDB), que disputou a reeleição e perdeu, usou e abusou das imagens da petista Dilma Rousseff e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dilma foi a presidenciável vencedora em Tocantins, com 362.383 (50,28%) votos, contra 189.979 (27,99%) de Serra e 146.151 (20,56%) de Marina Silva, do PV. Siqueira obteve 349.592 (50,52%) votos, quase 160 mil a mais do que o candidato tucano à Presidência da República.
O afastamento de Siqueira Campos da campanha de Serra no primeiro turno deveu-se a duas estratégias: não bater de frente com o presidente Lula e evitar polêmicas internas na coligação. Os dois candidatos a senador pela aliança de Siqueira – João Ribeiro, reeleito, e Vicentinho Alves, derrotado, ambos do PR – apoiavam Dilma.
“Foi essa a situação que vivemos. Nossos candidatos ao Senado tinham outro candidato a presidente”, disse Siqueira. Ele espera que agora, no segundo turno, os candidatos ao Senado apoiem o tucano. “Mas eu não posso obrigá-los a isso. De minha parte, vou fazer campanha para Serra, porque será muito importante que ele vença a eleição.”
Secretariado
O novo governador afirmou que só vai começar a montar sua equipe em dezembro. E que pretende, assim que assumir o mandato, a partir de 1º de janeiro, fazer “uma limpeza” no governo. “Vai ser um faxina geral”, anunciou. “Está começando um processo de limpeza profundo, visando a moralização do processo administrativo.”
Disse ainda que não pretende se envolver nas investigações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) quanto a um suposto envolvimento do governador Carlos Gaguim com um grupo de empresários suspeitos de desvio de dinheiro em contratos com prefeituras paulistas e de Tocantins. “A Justiça já está cuidando disso”, afirmou.
Uma das mudanças a serem feitas por Siqueira Campos deverá atingir cerca de 21 mil servidores públicos temporários mantidos por Gaguim, que acabaram por formar uma espécie de tropa de choque do governador. O Supremo Tribunal Federal (STF) deu prazo até junho do ano que vem para que os temporários sejam substituídos por servidores concursados.
