Governador e petistas “discutem a relação”

Com o quadro eleitoral indefinido para a eleição do próximo ano, em que o PT prega a candidatura própria ao governo e o PMDB flerta com o PSDB, as relações entre os petistas e o governador Roberto Requião estão tensas. Depois de reclamar publicamente que não é atendido pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de ser chamado de ingrato pelos petistas, o governador Roberto Requião enviou para os deputados estaduais e federais do PT um ofício contendo cópias de todos os pedidos que encaminhou ao presidente da República e que, segundo ele, não receberam respostas.

O material encaminhado aos petistas foi acompanhado de um curto bilhete do governador, explicando que estava levando ao conhecimento das bancadas estadual e federal do PT "as reivindicações feitas pelo governo do Paraná ao governo federal e não respondidas até a data de hoje". O dossiê do governador começa com um bilhete dirigido ao presidente, em tom informal, "Caro Lula", em que o governador informa que está mandando ofícios de assuntos urgentes para o Estado. O comunicado data de 9 de agosto do ano passado e, conforme o Palácio Iguaçu, não recebeu retorno da Presidência da República.

Requião repassou aos petistas cópias dos pedidos de prorrogação do projeto Paraná 12 Meses, de liberação de procedimentos de contratação de um subempréstimo do Prodetur, o programa de desenvolvimento do turismo, a inclusão no orçamento federal de investimentos, em obras descritas estratégicas para o Estado do Paraná, a liberação dos recursos previstos no orçamento da União de 2004 para a área de transportes e solicitações de compensações financeiras para o Estado.

Em agosto, Requião mandou ofício ao presidente pedindo que o governo federal incorporasse ao orçamento R$ 698, 3 milhões. Deste total R$ 294 milhões eram das chamadas obras prioritárias, para o setor de transportes. O governador, no ofício, argumentou que o Paraná contribuía expressivamente com o superávit comercial brasileiro e que estava com "importantes estrangulamentos" na sua infra-estrutura de transportes. Junto, enviou uma lista das obras que queria fazer. Em ofício seguinte, Requião informa a Lula que mandou sua lista para o Ministério dos Transportes e que somente 14% do valor solicitado foi incluído no orçamento federal para transportes, previsto para o Paraná.

Requião pediu ainda ao presidente a compensação dos investimentos que tinha feito no Estado, por meio de um desconto na dívida do Estado com a União.

Na lista do governador, estão ainda solicitações para que a União assuma a dívida dos títulos podres adquiridos pelo Banestado e que o Estado teve que cobrir com ações da Copel no processo de privatização do Banco, em 2000.

Outra lista

O presidente estadual do PT, André Vargas, disse que o governo federal não deixou o governador sem uma resposta. "Só não deu a resposta que ele queria, como no caso da compensação dos títulos podres, que o governo concorda em cobrir no prazo de vencimento, mas ele quer receber antes", afirmou o deputado. Vargas disse ainda que o governador deveria conversar mais com a bancada federal para resolver as pendências com o governo federal. "Nós, aqui, estamos listando também as reivindicações dos prefeitos que também mandam vários pedidos a ele e não têm retorno", afirmou o dirigente petista. 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo