Integrante da executiva nacional do PSB, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, disse nesta terça-feira, 23, que é contra a possibilidade de o partido expulsar os 11 deputados federais que votaram a favor da reforma da Previdência, em votação realizada em primeiro turno há duas semanas. A bancada do PSB na Câmara conta com 32 parlamentares.
Casagrande, contudo, defende que o PSB, em respeito à história da sigla, atue com punições, embora mais leves, previstas no estatuto da legenda. “O partido tem de ter muito equilíbrio nessa hora, porque alguns parlamentares foram convencidos de que era importante a reforma. Todos, mesmo os que votaram a favor, não concordaram com todos os pontos da proposta, mas acharam que, como não tinha outra possibilidade, outra alternativa, votaram nessa reforma”, disse. “O que estou trabalhando dentro do partido e trabalharei é para que a gente tenha cautela”, afirmou Casagrande, que é secretário-geral do partido.
De centro-esquerda e integrante da oposição ao governo Jair Bolsonaro, o PSB fechou questão contra a reforma. O governador Renato Casagrande defendeu a proposta, mas com ressalvas. Ele disse que apoia as mudanças para os servidores públicos. Inclusive, trabalhou para que os Estados fossem incluídos, o que não ocorreu na Câmara. No entanto, acredita que a reforma “penalizou muito” os trabalhadores do setor privado. “Poderia melhorar a fase de transição e a fase de acesso à aposentadoria”, disse.
Para ele, expulsar os parlamentares do PSB não seria adequado considerando a relevância do tema da Previdência. “Dos 11 que votaram a favor, muitos têm histórico dentro do partido, são de confiança. São pessoas de muito conteúdo. É preciso que se encontre um caminho que respeite a decisão partidária, mas que não haja um caminhar na exclusão dos parlamentares”, avaliou.
Para o governador, o que prejudicou o campo da esquerda no debate da Previdência foi que uma proposta alternativa não foi apresentada. “A esquerda precisa entender que, mais do que se posicionar contra, é preciso propor para que a gente ache um caminho para o desenvolvimento do nosso país”, disse.
Ainda assim, Casagrande ressaltou que algumas alterações foram feitas na reforma, a partir de pressões da esquerda, como a retirada das mudanças no BPC (Benefício de Prestação Continuada) e na aposentadoria rural, além da proposta de criar um regime de capitalização. “Melhorou, mas poderia melhorar mais no regime geral”, disse.