Sentado na cadeira mais instável da política brasileira – o governo do Distrito Federal, que teve três governadores em menos de um mês -, o deputado distrital Wilson Lima (PR) apela para a fé para espantar o fantasma da intervenção federal na capital da República. Ex-seminarista, em seu primeiro fim de semana como chefe do Executivo, Lima amanheceu ontem em uma igreja no Gama, a 35 quilômetros de Brasília. Às 8 horas, já rezava, cantava e dedilhava um violão.
“Rezemos pelo governo do Distrito Federal e pelo nosso irmão que está no governo”, pediu o diácono José Ribamar Silva. Ao término da missa, abraçou conhecidos, beijou uma criança e posou para fotos. “Que Deus te abençoe e te ilumine”, disse uma senhora. Ao chegar à Paróquia São Sebastião, foi saudado por fiéis. Sentou-se perto do altar, acompanhado da mulher, Márcia.
Na próxima quinta, Wilson Lima deve se reunir com o secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, e com o presidente da Brasiliatur, João Oliveira, para acertar detalhes das comemorações dos 50 anos de Brasília. Com o governador eleito, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) na cadeia e com o vice Paulo Octávio em casa, depois de renunciar, Lima não mudou sua rotina.
Com isso espera mandar um recado de que Brasília vive dias normais. Resta saber se a oração da estabilidade apregoada pelo governador Lima é compartilhada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).