No dia seguinte à queda de mais um ministro envolvido em denúncias de corrupção na pasta, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, atribuiu ao PT a responsabilidade maior entre os partidos da base de sustentação pela defesa do governo. Em reunião com a bancada petista na Câmara, a ministra ouviu cobranças e pregou a unidade.

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“É uma base muito grande, com visões diferentes e interesses diversificados. É aí que a unidade do PT é fundamental. A responsabilidade está bem aqui, na defesa do governo”, disse a ministra. “Nós temos a maior parte dos ministérios e quem está no governo tem de ter responsabilidade. A bancada é fundamental na defesa do governo”, completou, ao falar sobre uma questão levantada pelo deputado Fernando Ferro (PT-PE) na reunião.

Ferro havia feito uma referência à “faxina” promovida pela presidente em ministérios envolvidos em denúncias de corrupção. Ele defendeu uma reflexão do partido considerando a possibilidade de uma alteração da base de apoio ao governo. Diante das ponderações sobre os projetos em tramitação na Câmara de apelo popular, a ministra insistiu na necessidade de evitar a aprovação de propostas que resultem em impacto nas contas públicas.

“A gente trabalha com uma limitação que é do tamanho do bolso do contribuinte”, afirmou, depois de ouvir a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) dizer que fica difícil para a bancada não discutir a emenda constitucional que fixa um piso salarial nacional para os policiais, conhecida por PEC 300, com a mobilização que tem sido feito nacionalmente pela categoria.

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Antes de ouvir os deputados, a ministra citou os programas lançados pelo governo nestes oito meses nas áreas de educação, de desenvolvimento social e de proteção à indústria nacional para concluir que “tem muita coisa acontecendo no governo, ações concretas”. Ao falar dos desafios, Gleisi Hoffmann afirmou que o governo terá de ter um posicionamento no projeto de distribuição de royalties do petróleo na camada pré-sal.

“Royalties são um desafio para nós. Não queremos retirar direito, mas não queremos concentração”, resumiu. Ela afirmou que, na próxima semana, o governo fará algumas reuniões para auxiliar o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a quem cabe conduzir essa discussão, no exercício de se chegar a uma solução. Antes da reunião com Gleisi, a bancada do PT na Câmara se reuniu com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que falou sobre o andamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

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