Uma semana após reassumir o mandato parlamentar, a ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann já virou uma líder informal do governo Dilma no Senado. Ao mesmo tempo em que ataca adversários da presidente, a senadora do PT tem atuado para neutralizar o impacto negativo que algumas votações podem ter sobre a imagem do País diante das agências internacionais de classificação de risco. As agências ameaçam desaconselhar o país como destino seguro para investidores estrangeiros.
O retorno de Gleisi, que vai se licenciar até o meio do ano para disputar o governo do Paraná, coincide com o momento em que o PMDB no Congresso começa a dar sinais de insatisfação com a inércia de Dilma em contemplar o partido na reforma ministerial e nas montagens dos palanques regionais. Espécie de “ministra avançada”, ela atua no vácuo de ascendência que a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, tem com senadores da base aliada.
Na linha de frente da defesa de Dilma contra prováveis adversários em outubro, a senadora já chamou o governador Eduardo Campos (PSB) de “oportunista” e “ingrato” e ironizou Aécio Neves (PSDB) por apresentar um projeto de lei que dificulta a extinção do Bolsa Família. Atuou também nos bastidores para impedir a votação na semana passada do projeto de renegociação das dívidas de estados e municípios com a União, além de ter sido nomeada para as duas principais comissões do Senado, a de Constituição e Justiça e de Assuntos Econômicos. “Para mim, é ótimo dividir (a liderança)”, afirmou o líder “oficial” do governo na Casa, Eduardo Braga (PMDB-AM), que ressaltou não ter qualquer “ciúme” com a atuação de Gleisi.
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