A sete dias do final da campanha eleitoral, a candidata ao Senado da coligação Paraná Unido, Gleisi Hoffmann (PT), decidiu explorar o apoio do governador licenciado Roberto Requião (PMDB) no horário eleitoral gratuito. Estava programado para ontem o uso no programa de Gleisi da gravação de um depoimento de Requião, colhido durante um jantar de campanha, do qual os dois participaram juntos nesta semana, em Curitiba.
A exibição de declarações de Requião em favor de Gleisi já vinha sendo discutida há algum tempo na campanha petista. Desde que o governador manifestou publicamente o apoio, o comando da campanha examinou a possibilidade que esbarrava, sempre, nos efeitos que poderia ter na campanha do candidato do partido ao governo, o senador Flávio Arns. E também na posição do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e do presidente estadual do partido, André Vargas, que não têm boas relações com o governador peemedebista.
Mas com o crescimento de Gleisi nas pesquisas de intenções de votos – ela passou de 2% para 28% em três meses de campanha – o comando da campanha resolveu deixar de lado as restrições a Requião para apostar todas as fichas na tentativa de acelerar a performance eleitoral da candidata. Os petistas acham possível que, em uma semana, Gleisi pode se transformar em um fenômeno eleitoral, ameaçando o favoritismo do senador Alvaro Dias (PSDB). E o uso da gravação do governador foi decidido depois que Bernardo tirou férias do ministério para reforçar a campanha de Gleisi.
Até agora, Gleisi vinha conciliando diplomaticamente o apoio de Requião com a campanha de Arns. Mas a aparição de Requião no programa da candidata pode azedar as relações internas. Arns já expressou desconforto com a situação e tem feito críticas mais acentuadas ao governador no programa eleitoral.
